domingo, 2 de dezembro de 2018

Declaração final do G20 destaca irreversibilidade do Acordo de Paris

Reunidos em Buenos Aires, os líderes do G20, grupo que engloba as maiores economias mundiais, aprovaram neste sábado (1º) a declaração final na qual destacam a irreversibilidade do Acordo de Paris, firmado por várias nações com o compromisso de adoção de medidas para atenuar os impactos do aquecimento global. Os termos desse acordo enfrentam resistência de líderes de países como Estados Unidos, China e Índia.

A declaração final traz também um apelo pela ajuda internacional aos países em situação de endividamento, ao cumprimento das regras fixadas internacionalmente nas negociações comerciais e detalham como prioridades o combate à fome e a implementação de medidas de igualdade de gênero. O texto sugere ainda mudanças no sistema da Organização Mundial do Comércio (OMC).

O documento tem oito páginas e menciona os temas de forma ampla, evitando questões polêmicas na busca pelo consenso. Os pilares são o futuro do trabalho, a infraestrutura para o desenvolvimento, o futuro sustentável dos alimentos e uma estratégia de integração de gênero na agenda do G20.

Acordo sobre o clima

Às vésperas da conferência do clima (COP24), na Polônia, os líderes advertiram sobre os impactos do aquecimento global de 1,5 ºC e a necessidade de apoio ao Acordo de Paris.

“Os signatários do Acordo de Paris, que aderiram ao Plano de Ação de Hamburgo, reafirmam que o Acordo de Paris é irreversível e comprometem-se a implementá-lo integralmente, refletindo responsabilidades comuns, mas diferenciadas, e respectivas capacidades, à luz de diferentes circunstâncias nacionais. Continuaremos a enfrentar as mudanças climáticas, promovendo o desenvolvimento sustentável e o crescimento econômico”, diz o documento.

Crise de refugiados

O documento também menciona a preocupação comum com os “grandes movimentos de refugiados” e a necessidade de implementar “ações compartilhadas” para abordar as causas profundas do deslocamento e responder às crescentes necessidades humanitárias. Porém, o texto não detalha medidas, nem alerta sobre abusos.

A declaração vem à tona no momento em que os Estados Unidos enrijecem as leis anti-imigratórias e a Europa se fecha ao ingresso de imigrantes que tentam escapar da fome e da perseguição política e étnica. No Brasil e na América do Sul, as atenções estão voltadas para os venezuelanos e centro-americanos que buscam refúgio nos países vizinhos.

*Com Agência Brasil

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