segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

MPF denuncia 14 pessoas na Operação Zelotes

Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Ministério Público Federal (MPF) do Distrito Federal denunciou catorze pessoas à Justiça no âmbito da Operação Zelotes, que investiga crimes cometidos contra o Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Elas vão responder pelos crimes de corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores.

A denúncia envolve negociações que beneficiaram o grupo de comunicação RBS, que acabou cancelando uma dívida de mais de meio bilhão de reais. Atuaram nessa esquema irregular empresas de consultoria, como a SGR e N&P. Ela foi enviada à Justiça na sexta-feira (30), mas foi revelada nesta segunda (3).

Segundo as investigações, os crimes foram praticados entre 2003 e 2012 com articulações entre as empresas de consultoria envolvidas e os conselheiros fiscais do Carf, que recebiam propina. De acordo com o MPF, foram verificadas trocas de e-mails e negociações de contratos dissimulados para conferir caratér lícito aos valores repassados em transações ilegais.

“Durante esse período, o Grupo RBS, liderado por Afonso Motta, financiou uma rede organizada, formada pelos denunciados, que se interligaram de modo
coordenado com vistas a proporcionar a divisão especializada de tarefas, para o objetivo final de desconstituir o crédito tributário lançado em face da autuada e, por conseguinte, ratear os proveitos econômicos obtidos ilicitamente”, escreveu os procuradores na denúncia.

A minuta de voto de um dos conselheiros do Carf foi elaborada, inclusive, a partir de um computador ligado ao advgado de defesa da RBS. O arquivo, conforme informou o Ministério Público Federal, foi encontrado na casa de Edison Pereira Rodrigues, sócio da SGR, e indicava o total direcionamento do voto aos interesses pretendidos pela empresa de consultoria.

A RBS pagou, de acordo com as apurações, quase R$ 12 milhões à SGR e R$ 2,5 milhões à N&P Consultoria, entre 2011 e 2012, referentes aos supostos serviços de “consultoria” tributária prestados.

“Todavia, não há peça, parecer, papéis de trabalho ou documento que demonstre atuação lícita, a não ser considerações genéricas sobre a tramitação no feito, que na verdade demonstram o acompanhamento da causa, mas nenhum labor de natureza jurídica propriamente dita”, afirmam os procuradores na denúncia.

Também teriam participado do esquema o deputado federal Afonso Motta, ex-diretor jurídico do grupo de comunicação RBS, e o ministro do Tribunal de Contas da União Augusto Nardes nas negociações junto ao Carf. Os dois, no entanto, não foram denunciados porque respondem ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Foram denunciados:

  1. José Ricardo Da Silva, advogado
  2. Edison Pereira Rodrigues, aposentado
  3. João Batista Gruginski, consultor
  4. Meigan Sack Rodrigues, advogada
  5. Hamilton Dias De Sousa, advogado
  6. Amador Outerelo Fernandes, advogado
  7. Carlos Juliano Ribeiro Nardes
  8. Luciano Lopes De Almeida Moraes, ex-conselheiro do
    Carf
  9. Leonardo Henrique Magalhães De Oliveira, ex-conselheiro
    do Carf
  10. Mary Elbe Queiroz, Brasileira, advogada
  11. Luiz Alberto Cava Maceira
  12. Gegliane Maria Bessa Pinta
  13. Igor Alexandre Copetti
  14. Eivany Antônio Da Silva
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