Aos 22 anos e levando uma vida saudável, o estudante de economia Alexandre Duarte Iusim ficou surpreso ao contrair a Covid-19. Além de tomar todos os cuidados necessários para evitar a infecção, ele estranhou os sintomas que sentiu logo no início da doença. “Comecei a ter umas dores estranhas pelo corpo, na região do peito, sensação que nunca tinha sentido. Achei que não era Covid porque não eram os sintomas clássicos que a gente vê muito”, disse. Depois de dois meses Alexandre foi internado com dores no peito e palpitações pelo corpo. A suspeita dos médicos é de que o sintomas estejam diretamente ligadas ao coronavírus. Hoje, três meses após contrair a doença, Alexandre ainda está em tratamento.
Para entender casos como o de Alexandre, o Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo está trabalhando no primeiro Registro Nacional de Complicações Cardíacas. O estudo, feito em parceria com outras 26 instituições de todo o país, quer acompanhar pacientes brasileiros que tiveram problemas cardiológicos após a infecção pelo novo coronavírus. O coordenador do trabalho e presidente do Conselho Diretor do InCor, Roberto Kalil Filho, explica que a Covid-19 atinge mais o coração dos infectados do que outros tipos de coronavírus.
“Ele agride o coração de três maneiras diferentes: uma de maneira agressiva, causando miocardite. Ele agride também formando coágulos nas artérias causando infarto. E agride também atingindo o pulmão, porque diminui a oxigenação para o coração”, disse Kalil. Até o momento, o estudo conta com cerca de 1,5 mil pacientes de todo o Brasil. O objetivo é chegar a 2 mil e obter maior registro de complicações cardíacas e de drogas utilizadas para tratar esses problemas causados pela Covid-19. Os primeiros resultados devem sair a partir de novembro.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini
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