O déficit do governo federal em 2020 chegou a R$ 505 bilhões no mês de julho. Este o valor em que os gastos superam a arrecadação nos sete primeiros meses do ano. Apenas no mês de julho, o rombo foi de R$87 bilhões. De acordo com o Tesouro Nacional, o resultado é uma soma de dois fatores: uma queda de 17% na arrecadação em relação ao mesmo mês em 2019 e o aumento nas despesas por causa dos gastos com a pandemia da Covid-19. O crescimento real dos gastos para o mês de julho foi de 45%, em comparação com o ano passado. Apenas o auxílio emergencial representou gasto de R$45,8 bilhões no último mês, enquanto o socorro aso Estados e municípios foi de R$ 18,3 bilhões. No acumulado até julho, o governo desembolsou R$ 273,4 bilhões no combate ao coronavírus, de um total de R$ 505 bilhões aprovados. Mesmo assim, o ministério da Economia mantém uma projeção de déficit até o final do ano abaixo dos R$ 800 bilhões.
O secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, explica que com a próxima prorrogação do auxílio emergencial a estimativa deve mudar. “Tudo que a gente com certeza é a projeção de R$ 787 bilhões, 11,3% do PIB usando uma projeção de crescimento de queda de 4,7%, que é a estimativa da secretaria de política econômica. A medida que for definido o auxílio emergencial, o valor e a amplitude, aí sim o valor será contabilizado”, explicou. O Tesouro Nacional defendeu a retomada das agendas de reforma para a recuperação econômica do país. Em nota, afirma que a retomada do processo de consolidação fiscal é fundamental para manter as condições econômicas favoráveis ao crescimento de longo prazo, permitindo a criação de emprego e aumento de renda.
O auxílio emergencial vai continuar até o fim deste ano. No entanto, o secretário de Fazenda, Waldery Rodrigues, descartou uma manutenção do programa em 2021. “Nós trabalhamos com essas despesas e esse combate ao coronavírus e as mazelas trazidas pela Covid-19 como contidas em 2020. Portanto, a discussão do auxílio emergencial ainda está em andamento. Mas uma coisa é certa, não trabalhamos com extensão destes gastos para 2021”, afirma. A dívida pública do governo federal, que é a soma de todos os débitos no Brasil e no exterior, voltou a aumentar em julho, com uma alta de 3,27%, chegando a R$ 4,38 trilhões, de acordo com o Tesouro. Com isso, o governo calcula que a dívida total pode chegar a R$4,9 trilhões até o fim deste ano, devido ao impacto da pandemia nos gastos públicos.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
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