Uma lancha da guarda costeira italiana resgatou o navio humanitário Louise Michel, financiado pelo artista urbano britânico Banksy, que estava em perigo após embarcar 219 migrantes. O órgão transferiu 49 pessoas em situação frágil para outra embarcação. O navio de bandeira alemã havia pedido ajuda, explicando que estava em plena capacidade após o último resgate e que mesmo 33 dos resgatados ainda estavam em uma embarcação menor e incapazes de se mover devido ao peso. A embarcação de 31 metros de comprimento tem dez tripulantes e tinha avistado na sexta-feira (28) à noite o barco com 130 migrantes, juntando-se a 89 pessoas que já tinham sido resgatadas pela manhã.
A guarda costeira italiana explicou em nota que, após informar tanto o centro de coordenação de resgate de Malta quanto as autoridades alemãs, decidiu intervir tendo em vista o agravamento das condições climáticas na área. Uma lancha foi enviada da ilha de Lampedusa que, inicialmente, levou a bordo as 49 pessoas mais vulneráveis, incluindo 32 mulheres, 13 crianças e quatro homens para completar os núcleos familiares. Eles também cuidarão do corpo do migrante encontrado morto no barco do último resgate. Por enquanto, Malta e a Itália não autorizaram o desembarque dos migrantes que permanecem a bordo. O veleiro Astral, da ONG espanhola Open Arms, que também está na região, transportou alguns suprimentos ontem.
O Louis Michel zarpou há alguns dias do porto de Burriana, na Espanha, graças a uma doação de Banksy, que também a decorou pintando-a de rosa e com a imagem de uma garota usando um colete salva-vidas e segurando outro, em forma de coração. O navio se uniu ao Sea Watch 4, operado pela ONG alemã de mesmo nome e pela Médicos Sem Fronteiras, que há seis dias resgatou 201 migrantes e ainda aguarda uma decisão das autoridades italianas e maltesas antes de poder desembarcar. Além disso, fora de Malta, o navio mercante Etienne ainda está tendo recusada a permissão de desembarcar 27 pessoas resgatadas há 22 dias.
Entre o último sábado e a última segunda-feira, o Sea Watch 4 recolheu os migrantes que estavam em três barcos. Durante esses dias, teve que solicitar a retirada às pressas de um adolescente com queimaduras graves. Nesta sexta-feira, outro navio da Open Arms também zarpou da Espanha para se juntar aos esforços de resgate no Mediterrâneo central. O Ministério do Interior italiano, que atualiza os dados diariamente, informou que até esta sexta-feira 17.985 migrantes haviam desembarcado, dos quais 7.067 em julho e 3.968 até agora neste mês.
Em um comunicado conjunto, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) exigiram hoje o desembarque imediato de quase 400 migrantes que foram resgatados nos últimos dias por três barcos no Mediterrâneo central. Ambas as agências da ONU lembram que essas pessoas saíram em precários barcos das praias da Líbia, um porto considerado inseguro por ser a base das máfias que traficam pessoas, e o país está imerso em uma sangrenta guerra civil.
*Com EFE
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