O Grupo de Atuação Especial de Repressão a Delitos Econômicos (Gedec) denunciou o deputado federal Alexandre Frota de Andrade e Marcelo Ricardo da Silva, seu assessor parlamentar, por falsidade ideológica. A denúncia foi feita por meio do promotor Marcelo Mendroni. Conforme foi apurado pelo inquérito policial, Frota inseriu declaração falsa em documentos apresentados à Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp). Ele usou o nome de Silva, seu funcionário, para alterar apenas formalmente o quadro societário das empresas DP Publicidade Propaganda e Eventos e FR Publicidade e Atividades Artísticas e de Espetáculos. Dessa forma, Silva passou a figurar como sócio proprietário das pessoas jurídicas.
De acordo com a denúncia, após seu assessor entrar como sócio proprietário, o deputado recebeu valores através de ambas as empresas, embora tivesse contas bancárias ativas, indicando que Silva efetivamente atuou como “laranja” no esquema. Em extratos bancários do assessor, existem vários depósitos feitos em dinheiro em sua conta, muitos efetuados no mesmo dia, entre julho e dezembro de 2017, e outros feitos em 2018. Na denúncia, o promotor do caso diz que “além dos créditos que entram na conta de Marcelo Ricardo Silva, também constam vários saques, de quantias equivalentes ou muito próximas, efetuados nos mesmos dias ou dias posteriores subsequentes aos que foram depositadas. Foram realizados depósitos e subsequentes saques, de forma sistematizada, por períodos em datas muito próximas, configurando, a princípio, a prática de conta corrente de passagem em dissimulação de atividade infracional, que pode (poderia) configurar crime de lavagem de dinheiro“.
Alexandre Frota “se valeu de seu então assessor parlamentar para repassar suas empresas para nome dele para, em troca, utilizar a conta corrente dele (de Marcelo Ricardo Silva) para receber valores cujas origens desejava ocultar. Os depósitos foram efetuados na conta corrente pessoal de Marcelo Ricardo Silva, e em seguida sacados, e entregues a Alexandre Frota Andrade. Trata-se de estratagema para ocultar a origem dos valores, já que neste mesmo período Alexandre Frota Andrade possuía contas correntes bancárias e não queria receber os valores diretamente por elas”, afirma Mendroni.
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