Candidato à Prefeitura de São Paulo pelo PSB, Márcio França afirma que entrou na disputa deste ano pelo “desafio de comandar a cidade”. Ele garante que, se eleito, cumprirá os quatro anos do mandato. “Quero ser o melhor prefeito que São Paulo já teve e vou cumprir os quatro anos. Aqui, sendo um prefeito de sucesso, você se torna referência no Brasil. Há muitos anos São Paulo não tem um prefeito assim. Consertar a cidade de São Paulo é ajudar a orientar o Brasil”, disse em entrevista à Jovem Pan. O candidato afirma que, apesar das divergência políticas com o governo estadual e federal, estará aberto ao diálogo. “Dialogarei até com o PT, se necessário. Podemos ter as nossas divergências, mas não posso acreditar que eles [governo estadual e federal] torçam pela infelicidade do povo, então certamente haverá diálogo”, garantiu. França compôs chapa com o PDT, de seu vice Antônio Neto, e conta com o apoio do Solidariedade, Avante, PMB e PMN, se tornando a segunda chapa com mais tempo na propaganda eleitoral gratuita, atrás apenas da chapa de Bruno Covas.
O candidato do PSB nasceu em São Vicente e, antes de se eleger por dois mandatos para a prefeitura de sua cidade natal, foi vereador (1992 e 1996). Atuou como deputado federal por dois mandatos (2007 e 2015). Foi coordenador das campanhas à presidência de Anthony Garotinho (2002) e Eduardo Campos (2014). Ele também já foi secretário de Turismo (2010) e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (2015) do Estado de São Paulo durante a gestão Alckmin. Durante a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República, em 2018, França comandou o governo do Estado por oito meses.
Veja algumas propostas defendidas pelo candidato do PSB à Prefeitura de São Paulo:
Economia: “Plano Márcio”
Com uma analogia ao “Plano Marshall”, criado após a Segunda Guerra Mundial, França criou o “Plano Márcio” que, segundo ele, ajudará a cidade a superar o pós-pandemia. O plano conta com ações e programas que abrangem o microempresário, o trabalhador desempregado e os jovens que buscam inserção no mercado de trabalho. “Vamos criar um microcrédito de até R$ 3 mil para ser pago em 30 parcelas com juro zero para 250 mil pessoas. Isso é para que o paulistano possa empreender e voltar a ter renda, afinal, a partir de janeiro não haverá mais auxílio emergencial. Haverá também um financiamento de até R$ 30 mil para 25 mil comércios. Criaremos frentes de trabalho com a prefeitura com remuneração de R$ 600 e, com isso, vamos diminuir o uso das terceirizadas, que hoje consomem mais de R$ 2 bilhões da prefeitura. Os jovens serão orientadores municipais remunerados e farão cursos técnicos obrigatórios”, afirmou. Ao ser questionado acerca dos recursos para colocar esse plano de pé, caso seja eleito, França afirmou que um de seus primeiros atos de governo será o corte de cargos comissionados. “É uma coisa completamente radical e isso está na capa do meu plano de governo. Vamos extinguir os cargos comissionados. Sei que é importante politicamente, mas o primeiro ano de governo terá apenas 1% dos cargos de comissão e isso significa diminuir de 8 mil para 80. Isso trará uma economia muito grande”, disse.
Social: Fim da Cracolândia com combate ao tráfico
Segundo o candidato, a Cracolândia – que se torna uma das principais pautas durante as eleições municipais – não chegou ao fim até hoje “por falta de vontade política”. “Precisa ter vontade política, ali não tem vontade política. Aquilo ali é um pacto que é feito entre a prefeitura, o crime organizado e maus policiais. É um pacto, uma convivência. Ali [região da Cracolândia] é a feirinha do Brás, só que do crack. É preciso combater o tráfico naquela região. Quem vive ali é instrumentalizado pelo tráfico, e a pedra custa só R$ 5. O programa a ser feito ali é clínico, com auxílio médico e também suporte espiritual. E não dando emprego para aquelas pessoas no McDonald’s, como já tentaram fazer. Agora, com essa gestão e com o que o Doria fez, temos filiais da Cracolândia espalhadas pela cidade. Isso não pode ser uma marca de São Paulo.”
Saúde: Plantões em finais de semana e feriado
Para solucionar o atraso em exames na rede de saúde municipal e os desafios na área da Saúde que aguardam o próximo prefeito, o candidato do PSB defende que esses locais funcionem em esquema de plantão aos finais de semana e feriados. “Queremos fazer essa onda de abertura dos equipamentos de saúde. São 130 mil exames de trauma atrasados em São Paulo. No total, passamos de um milhão de exames em atraso. Com a abertura feita dessa forma, conseguimos realinhar e equilibrar essa situação em 8 meses”. garantiu. O candidato criticou as ações do governo do Estado e da gestão municipal no combate à pandemia do novo coronavírus. Segundo ele, as ações “aconteceram a destempo” e a gestão criou “o carnacorona” em São Paulo, se referindo à realização do Carnaval de rua e dos desfiles das escolas de samba neste ano.
Educação: Equipamentos públicos abertos aos finais de semana
Assim como na Saúde do município, a Educação também será um grande desafio para o próximo gestor. Para França, o ano escolar das crianças da rede municipal foi perdido e, para recuperação, será necessário, assim como na Saúde, que as escolas municipais e demais equipamentos da área da Educação fiquem abertos aos finais de semana e feriados. “As crianças não vão aprender tudo o que foi perdido nesses últimos dias de aula do ano. E as mais pobres foram as mais prejudicadas e estão muito atrasadas no ensino. Portanto, defendo a abertura dessa forma”, disse. Nesta semana, a gestão Covas anunciou a realização de um inquérito sorológico com 70 mil professores e servidores para definir os critérios da volta às aulas e como será a adaptação. A prefeitura permitirá a volta de atividades presenciais extracurriculares em escolas particulares e públicas a partir de 7 de outubro.
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