Em Las Vegas, nos Estados Unidos, durante o 3rd Vegas Acro Cup, de 19 a 25 de março, um grupo de atletas de ginástica acrobática do Distrito Federal ganhou troféu de melhor time na categoria 6, que envolve ginastas de até 15 anos, e mais dez medalhas de ouro e cinco de prata.
A vitória é da equipe Akros/Setul, de Brasília, resultado de um trabalho social com crianças e adolescentes. Mais de 50 atletas participaram da equipe. Na 3rd Vegas Acro Cup, cinco trios e três duplas femininas, compostas por ginastas com idade entre 8 e 17 anos, competiram.
Com a classificação, o Brasil entrou para a elite da ginástica acrobática internacional ao superar, nos níveis 6 e Youth, times considerados os melhores do mundo, como Canadá, Estados Unidos, Austrália e Inglaterra.
Dedicação
A técnica Márcia Janete Colognese atribui o desempenho da equipe em Las Vegas ao planejamento e à disciplina. “Foram quatro meses de dedicação plena e muita perseverança. A equipe sacrificou as férias escolares e até as festas de fim de ano para se preparar”, disse a técnica, informando que os treinos são diários, seis vezes por semana, das 14h às 19h.
A primeira conquista internacional da Akros/Setul foi em 2012, quando foram obtidas 37 medalhas de ouro, 14 de prata e 15 de bronze. “A primeira dupla brasileira a pisar num tablado internacional em um mundial foi brasiliense. Isso é motivo de muito orgulho para o Distrito Federal”, disse a técnica.
Trabalho social
O trabalho da Akros vai além do esporte, pois com vínculos com a Secretária de Esporte, Turismo e Lazer do DF (Setul), desenvolve atividades sociais inclusivas estimulando crianças a adolescentes de regiões pobres do Distrito Federal.
“A maioria das crianças vem de escolas públicas de comunidades carentes. A ginástica acrobática acaba se transformando em um sonho possível. Essas crianças encaram o esporte com muita garra, com muita energia e o resultado é muito positivo”, ressaltou.
Exemplo
De uma geração anterior à atual, a atleta Emmilly Teles, é um exemplo. Filha da doméstica Edmilta dos Santos Silva e moradora da Estrutural, um bairro da periferia de Brasília, Emmilly iniciou sua carreira de ginasta acrobata aos 12 anos. Depois uma lesão no joelho, ela passou a ser auxiliar técnica da Akros.
“A ginástica sempre foi um sonho distante. Embora eu gostasse, nunca imaginei que conseguiria praticar. Foi a minha mãe que ficou sabendo do projeto na Estrutural e me matriculou. Este projeto me conduziu por um bom caminho, me livrou de muita coisa ruim que a gente sabe que existe. Hoje, a ginástica é tudo para mim”, relatou Emmilly Santos.
*Com Agência Estado
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