sexta-feira, 29 de março de 2019

Rússia diz que reconhecimento de eleições na Ucrânia depende de resultado

O porta-voz do governo russo declarou nesta sexta-feira, 29, que a postura russa sobre o reconhecimento do resultado das eleições presidenciais na Ucrânia, que serão realizadas no domingo, dependerá de seu desenvolvimento.

“Isso (o reconhecimento) vai depender de como se desenvolvem as eleições. Não podemos falar disso agora porque o pleito ainda não foi realizado”, disse Dmitri Peskov.

Segundo uma pesquisa divulgada na quinta-feira, 29, o único candidato pró-Rússia com alguma força, o ex-ministro da Energia Yuri Boiko, não parece ter chances reais de ganhar as eleições. Ele tem apenas 10% das intenções de voto.

Há cinco anos, a Rússia tinha um aliado no poder da Ucrânia, Viktor Yanukovich, até que ele foi deposto pela revolução do Maidan e abriu passagem para Petro Poroshenko, quem não parece ser uma ameaça aos russos, já que também tem apenas 10% das intenções de voto, assim como a ex-primeira-ministra Yulia Timoshenko, que tem 7%.

O comediante Vladimir Zelenski é o favorito nas pesquisas, com mais de 20% das intenções de voto. Para a Rússia, isso não tem relevância, segundo afirmou o analista do instituto “Think Thank”, Dmitri Suslov. “Não há candidato preferido. Porque o melhor posicionado tem a mesma política externa inaceitável para Moscou, com sua postura 100% pró-ocidental”.

Zelenski tem a mesma postura do atual primeiro-ministro, Poroshenko, que diz que se eleito, vai fazer com que a Ucrânia faça parte da União Europeia e da Otan.

“Por outro lado, a Rússia tem o candidato menos preferido, que é Poroshenko. Se ele ganhar, provavelmente teremos durante vários anos outro período perdido nas relações com a Ucrânia”, acrescentou.

Moscou já manifestou na semana passada que com o atual presidente da Ucrânia, as relações entre ambos os países não iriam melhorar.

“Para nós, seria muito melhor que os ucranianos elegessem um presidente que avalie com sensatez a realidade, que tenha sabedoria política, que não seja um presidente da guerra, mas da paz e partidário de ter boas relações com os vizinhos, incluída a Federação da Rússia”, afirmou o porta-voz do governo.

*Com EFE

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