A dona Margarida Ferreira trabalha em um hospital como telefonista e sempre pega o metrô para voltar pra casa. Antes de embarcar, ela gosta de passar pela cabine de desinfecção contra o coronavírus que foi instalada em diversas estações. Em São Paulo, no metrô, as linhas um dois e três receberam cabines. Já na CPTM, elas estão em quatro linhas diferentes. Para utilizar a estrutura, é só caminhar pelo túnel que sensores de presença ativam os pulverizadores com uma solução antisséptica. Uma das recomendações é a de proteger os olhos durante a desinfecção.
No entanto, embora os túneis estejam sendo utilizados, em maio, a Anvisa divulgou uma nota técnica destacando que não existe atualmente um produto aprovado para a desinfecção de pessoas. A Anvisa só recomenda a utilização desses produtos em superfícies inanimadas. Além disso, segundo a agência, não foram encontradas evidências científicas até o momento de que o uso dessas cabines sejam eficazes no combate ao coronavírus.
O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene e Limpeza, Paulo Engler, diz ainda que o tempo de passagem pela cabine não é suficiente para a desinfecção. Em nota, a Neobrax disse que a substância pulverizada é antisséptica e de uso dermatológico aprovado pela Organização Mundial da Saúde e pela Anvisa. Já a Secretaria dos Transportes Metropolitanos afirmou que está buscando soluções inovadoras para a segurança dos colaboradores e dos passageiros e que o produto pulverizado é mais eficaz do que o álcool no combate ao coronavírus.
*Com informações da repórter Nicole Fusco
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