quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Tribunal na Austrália dá aval para extradição de ex-agente de Pinochet

Um tribunal na Austrália declarou procedente nesta quinta-feira, 28, o pedido de extradição ao Chile da ex-agente chilena Adriana Rivas, requerida pelo desaparecimento de sete pessoas na década de 70, quando trabalhava para o regime do ditador Augusto Pinochet. O juíz Philip Stewart, do tribunal do estado de Nova Gales do Sul, afirmou que “está satisfeito com a elegibilidade para a entrega” da chilena, de 67 anos. Rivas é acusada de ter participado como membro da brigada Lautaro no “sequestro agravado” de Víctor Díaz, que foi subsecretário do Partido Comunista Chileno, em 1976, assim como os de Fernando Navarro, Lincoyán Berríos, Horacio Cepeda, Juan Fernando Ortíz, Héctor Veliz e Reinalda Pereira, que estava grávida do primeiro filho na ocasião.

O juiz analisou os argumentos das partes e enfatizou que não foi convencido pela defesa de Rivas de que ela será julgada no Chile por suas “opiniões políticas”. A acusada, que compareceu por videoconferência da prisão onde está presa desde que foi detida em Sydney, em fevereiro de 2019, se diz inocente e alega que este é um julgamento político contra ela. O processo de decisão sobre a extradição da ex-espiã de Pinochet pode levar anos se as partes decidirem recorrer contra cada decisão nas várias instâncias judiciais até que a batalha chegue à Suprema Corte.

O Chile solicitou a extradição de Rivas em 2014, mas teve que modificá-la várias vezes depois, devido aos casos de sete pessoas detidas e desaparecidas filiadas ao Partido Comunista Chileno nos anos 70. A chilena, 67 anos, supostamente participou da brigada de extermínio de Lautaro da Direção de Inteligência Nacional (polícia secreta de Pinochet), onde se tornou secretária de Manuel Contreras, o chefe desta entidade.

Rivas, que vive há mais de três décadas na Austrália, onde trabalhou como babá e limpando casas, viajou para o Chile em 2006 para visitar a família e foi presa, mas conseguiu escapar novamente para o território australiano quando recebeu a liberdade provisória. De acordo com dados oficiais, durante a ditadura de Pinochet, cerca de 3.200 chilenos morreram nas mãos de agentes do Estado, dos quais 1.192 ainda estão listados como desaparecidos, enquanto aproximadamente 33 mil foram torturados e presos por razões políticas.

*Com informações EFE

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