Diante das instabilidades, economizar virou palavra de ordem na casa da jornalista Priscila Correia, de 36 anos. Autônoma e mãe de dois filhos pequenos, ela conta que quando viu o orçamento apertar, mudou radicalmente os hábitos de consumo da família e passou a fazer supermercado online. “Apesar de ter uma taxa de frete, o meu custo de compras desceu absurdamente porque no mercado, ao vivo, a gente tinha as compras por impulso. E comprando virtualmente a gente vai direto ao produto que está na lista, então sentimento uma diferença de 30% a menos no gasto mensal.”
Mudanças que aparecem em uma pesquisa da Fecomercio São Paulo, com 400 brasileiros, que revelou sete em cada dez pessoas, mais de 70 % dos entrevistados mudaram hábitos e padrões de consumo durante esses meses de pandemia. As despesas com compra de roupas e calçados tiveram queda de 42%; 30% dos entrevistados cortaram do orçamento gastos com viagens e turismo; 27% dos gastos com atividades físicas despencaram e até bens essenciais como, alimentação e remédios, também entram na lista, com queda de 22% entre os consumidores. Ainda segundo a pesquisa mais da metade das pessoas disseram ter cortado os itens do orçamento por causa da redução de renda.
Na contramão dessa tendência está o crescimento das compras pelos e-commecers, resultado do isolamento social que obrigou a população a comprar mais pela internet. Segundo o levantamento, 46% dos brasileiros passaram a fazer compras pelas plataformas online. As vendas na web representam 3,7% de todo o faturamento do comércio varejista de São Paulo, de janeiro à junho deste ano, o equivalente ao crescimento dos últimos seis anos. Marcos Pazzini, especialista em marketing e coordenador do Índice de Potencial de Consumo, explica que o consumidor está mais aberto para modernidade. “A população enfim descobriu que é interessante fazer compra por esse sistema porque ela pode comprar, ela recebe em casa, não teve contato, ela paga em parcelas de uma forma bem simples, sem ter que ficar negociando por vendedor ou coisa do tipo”, explica. Apesar do aumento, a pesquisa aponta que 47% dos entrevistados, pretende voltar a consumir presencialmente quando o isolamento social acabar.
*Com informações da repórter Hanna Beltrão
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