O muro de vidro que separa a Raia Olímpica da Universidade de São Paulo e a Marginal Pinheiros tem mais de dois quilômetros. O projeto foi uma parceria, sem contrato assinado, entre a USP e a gestão do ex-prefeito e atual governador de São Paulo, João Doria, com pelo menos 44 empresas. De acordo com a estudante Isabel Carvalho, para quem passa pela região é difícil não notar a degradação do espaço.
Inaugurado em abril de 2018, o local já teve diversas peças de vidro quebradas ou trincadas, o que levantou a hipótese de que o muro foi alvo de atos de vandalismo. Mas a Secretaria de Segurança Pública afirmou que uma investigação da Polícia Civil não apontou indícios que comprovem a suspeita. A estudante Mayara Ferreira mora no alojamento da USP e contou que a obra nunca foi finalizada — e, em pouco tempo, o muro foi se desfazendo. “É a trepidação da Marginal, eu vi que é porque os caminhões passam e os vidros quebram”, disse. Além disso, outras polêmicas cercam o assunto. O analista de sistemas José Lúcio costuma se exercitar pela região e conta que muitas perguntas sobre o caso ainda estão sem respostas. “A gente percebe que a obra vai paralisada e teve algum problema, mas a comunidade do entorno merece esclarecimentos.”
Segundo a assessoria do governador João Doria, a manutenção do muro da USP continua sendo responsabilidade da Prefeitura. Só que a Prefeitura de São Paulo alega que a obra não é de responsabilidade do município e que foi viabilizada por meio de parcerias entre a USP e a iniciativa privada — mas se coloca à disposição para prestar apoio técnico. Já a USP afirmou que a obra está paralisada no momento em função da pandemia e ainda não tem data pra ser retomada.
*Com informações da repórter Caterina Achutti
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