O último debate antes do primeiro turno das eleições municipais, promovido pela TV Cultura, na noite desta quinta-feira, 11, foi marcado pelos embates entre a deputada federal Joice Hasselmann, candidata do PSL, e o prefeito Bruno Covas (PSDB), que tenta a reeleição, e entre os candidatos de esquerda, Guilherme Boulos (PSOL) e Jilmar Tatto (PT), e Celso Russomanno, do Republicanos, apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro. O debate teve cinco blocos: o primeiro, com perguntas feitas pela jornalista Vera Magalhães, sobre assuntos previamente definidos, os três subsequentes com perguntas feitas entre os candidatos, mediante sorteio feito pela organização da emissora, e o último, destinado a considerações finais. Segundo as últimas pesquisas de intenção de voto, divulgadas pelo Ibope na segunda-feira, 9, e pelo Datafolha, na quarta-feira, 11, o tucano lidera, seguido por Boulos, Russomanno e França, tecnicamente empatados na segunda colocação.
Em mais de uma ocasião, Joice Hasselmann questionou o prefeito Bruno Covas sobre a escolha de seu vice, o vereador Ricardo Nunes (MDB), investigado pelo suposto superfaturamento no aluguel de creches privadas. O tucano rebateu dizendo que o parlamentar não é réu em nenhum processo. Os candidatos do PSL e do PSDB também rivalizaram ao falar de IPTU. O prefeito afirmou que a redução do imposto, como propõe a parlamentar, teria efeito regressivo, afetando a população mais pobre. Hasselmann, que foi líder do governo Bolsonaro no Congresso, insistiu, dizendo que bastaria debelar a “máfia dos transportes”.
No momento mais acalorado do debate, Guilherme Boulos chamou Celso Russomanno de “sem vergonha”. A discussão ocorreu após Russomanno questionar o candidato do PSOL sobre o suposto uso de empresas fantasmas em sua campanha, baseado em um vídeo elaborado pelo blogueiro bolsonarista Oswaldo Eustáquio, preso no âmbito do inquérito que investiga o financiamento de atos antidemocráticos contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF). Em seu tempo de resposta, Boulos também afirmou que o candidato apoiado pelo presidente Jair Bolsonaro “quer trazer o gabinete do ódio para a cidade de São Paulo”. O termo “gabinete do ódio”, investigado pela CPMI das Fake News, se refere ao grupo de assessores presidenciais que atuariam na elaboração de relatórios para atacar desafetos políticos do presidente Jair Bolsonaro.
No quarto bloco, Celso Russomanno questionou Jilmar Tatto se ele temia perder o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a candidatura do PSOL. Nos últimos dias, uma ala do PT passou a defender que Tatto, que ainda não decolou nas pesquisas, declarasse apoio a Guilherme Boulos, que aparece tecnicamente empatado na segunda colocação – a possibilidade foi rechaçada pelo ex-secretário de Transportes. Em sua resposta, Tatto subiu o tom e disse que Russomanno está “em uma fria” e deveria “se tocar”. “O campeão em perder eleição em São Paulo é você. Você perde todas. Se toca, meu filho. Você só ganha para deputado porque faz demagogia”, disparou. Assim como nas eleições de 2012 e 2016, quando também concorreu à Prefeitura de São Paulo, Russomanno desidratou nas pesquisas de intenção de voto.
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