Pelo menos 330 pessoas foram presas em decorrência dos protestos desta quarta-feira, 1, dia do trabalhador, na França. Membros de sindicatos, os “coletes amarelos” e militantes do movimento anarquista black blocs participaram de manifestações em várias cidades do país.
Paris registou o maior confronto entre manifestantes e forças policiais. Dados divulgados pela mídia e não confirmados pelas autoridades mencionam pelo menos três policiais feridos, um dos quais foi hospitalizado depois de ser atingido na cabeça por paralelepípedos.
No 13º distrito, na parte sul de Paris, black blocs invadiram uma delegacia de polícia, jogaram dois coquetéis molotov e outros itens contra agentes e saquearam uma agência de seguros. A polícia tentou deter a violência com gás lacrimogêneo.
As estatísticas divergem em toda a França. Segundo a organização sindical, havia 310 mil manifestantes em todo o país, mais que o dobro dos 150 mil informados pela polícia.
Várias prefeituras, como a de Lyon, impediram manifestações no centro das cidades. Entre os slogans mais comuns, estavam “Sem justiça, sem paz”, “O povo odeia Macron”, ou “Obrigado pela Notre Dame, mas não se esqueça dos Miseráveis”, em referência às doações milionárias feitas pelas maiores empresas da França para a reconstrução da Notre Dame, destruída por um incêndio no dia 15 de abril.
Pela noite neste 1º de maio, bombeiros tiveram que intervir para extinguir um incêndio em uma agência bancária.
Algumas horas antes do início das manifestações, centenas de militantes radicais com os rostos cobertos estavam reunidos no centro de Paris e começaram a gritar palavras de ordem contra a polícia, atacando os agentes com pedras, garrafas e outros objetos.Os policiais responderam com granadas de efeito moral e gás lacrimogêneo.
A marcha dos sindicatos partiu sem o secretário-geral da Confederação Geral do Trabalho (CGT), Philippe Martinez. Ele foi forçado a sair por causa dos confrontos entre a polícia e os black blocs.
Houve também confrontos no leste de Paris, com a destruição de vitrines de lojas e mais incêndios. O Ministério do Interior da França mobilizou mais de 7,4 mil policiais e gendarmes.
Sindicato denuncia repressão
Em comunicado, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), cujo secretário Philippe Martinez cancelou a entrevista coletiva depois de estar no centro da agitação, denunciou “uma repressão sem precedentes e sem discernimento” após “a violência de alguns”.
“Nossos camaradas e nosso secretário viram-na chover gás lacrimogêneo e granadas ensurdecedoras”, disse.
A CGT classificou a situação de “escandalosa e nunca vista antes, inadmissível em nossa democracia”.
*Com Agência Brasil
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