quinta-feira, 30 de maio de 2019

Após ausência, Assange terá nova audiência no Reino Unido em junho

O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, que está detido no Reino Unido, deverá comparecer a uma audiência na Justiça britânica em 12 de junho, conforme determinou uma juíza nesta quinta-feira (30) em Londres.

O australiano, de 47 anos, que luta contra um processo de extradição aos Estados Unidos, não compareceu hoje a uma audiência preliminar, como estava previsto, quando falaria por videoconferência da prisão de Belmarsh, por “não estar muito bem” de saúde, segundo explicou o advogado Gareth Peirce, que o representou na Corte de Westminster.

Durante a breve audiência de apenas cinco minutos, a magistrada Emma Arbuthnot determinou que a próxima “poderia acontecer na prisão de alta segurança de Belmarsh” por ser “mais conveniente para todo o mundo”.

Assange segue com uma luta jurídica contra sua entrega a Washington, que o solicita por supostamente ter conspirado para interceptar informações em computadores do Pentágono.

Um porta-voz do WikiLeaks manifestou nesta quinta “grave preocupação sobre o estado de saúde” do australiano, ao assinalar que ele foi levado à unidade de saúde da prisão de Belmarsh, onde está detido.

“Durante as sete semanas que permaneceu em Belmarsh, sua saúde continuou deteriorando-se e ele perdeu peso de maneira dramática. A decisão das autoridades da prisão de levá-lo à unidade de saúde fala por si só”, acrescentou o porta-voz.

Nos arredores do tribunal, o renomado diretor de documentários John Pilger, simpatizante de Assange, afirmou que todos os veículos de imprensa “correm agora um grave perigo”.

“Todos os jornalistas deveriam estar aqui. O que está acontecendo com Julian Assange poderia, quase certamente, ocorrer com muitos outros jornalistas”, ressaltou o diretor.

Em 2 de maio, o ativista rejeitou em audiência judicial sua extradição aos EUA ao defender sua aposta por um jornalismo “que protegeu muitas pessoas”. Um dia antes, outro tribunal londrino, o de Southwark, o condenou a 50 semanas de prisão por infringir em 2012 as condições de sua liberdade condicional.

Assange infringiu tais condições quando se refugiou na embaixada do Equador em Londres em 19 de junho de 2012 para evitar sua entrega à Suécia, que queria interrogá-lo por supostos crimes sexuais que ele nega ter cometido.

Após esgotar os recursos legais no país europeu, Assange pediu ajuda ao governo equatoriano da época, que era comandado por Rafael Correa, e permaneceu refugiado na legação diplomática sul-americana em Londres durante quase sete anos.

O australiano sempre alegou que temia que, se fosse levado à Suécia, Estocolmo o entregaria aos EUA, o que, segundo ele, representaria um perigo a sua integridade física e até mesmo sua vida.

Em 11 de abril, Assange foi detido pela polícia britânica pouco depois que o atual presidente equatoriano, Lenín Moreno, revogou seu asilo diplomático. Paralelamente, os EUA acusam o ativista de conspiração pelo vazamento de informações sigilosas do Pentágono.

*Com Agência EFE

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