quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

Brasil não têm motivos para entrar em pânico com coronavírus, diz infectologista do Instituto Emílio Ribas

O Brasil teve seu primeiro caso de coronavírus confirmado nesta terça-feira, um homem de 61 anos que desembarcou recentemente de uma viagem à Itália. Segundo o infectologista do Hospital Emílio Ribas, Dr. Jean Gorinchteyn, que concedeu entrevista ao Jornal da Manhã, outros novos casos podem surgir no país, embora não haja motivos para pânico. 

“Seguramente, teremos outros casos, uma vez que as fronteiras estão abertas, temos vários vôos vindo de outros países. Seguramente, não é motivo para pânico. O que precisamos ter é vigilância e atenção, que já tem sido de forma eficaz tomada pelo serviço de vigilância epidemiológica dos estados, inclusive desse momento do próprio município de São Paulo”. 

Para Gorinchteyn, a postura do governo brasileiro no trato do assunto é elogiável. “O Brasil tem que ser realmente aplaudido. Há aproximadamente duas semanas o governo instituiu uma emergência em saúde pública. As pessoas questionaram o porquê da emergência se não tivemos casos, e a resposta vem agora. Claro que as autoridades, todo serviço de vigilância epidemiológica, detectam esses pacientes de forma mais precoce, promovem o tratamento, o isolamento, a confirmação de estudos específicos, garantindo desta maneira que não tenha esta dispersão para outros locais e contamine outras pessoas”.

Antes da confirmação do primeiro caso, o Brasil descartou mais de 50 possibilidades da doença desde o início do surto, ainda em Wuhan, na China. Segundo o Hospital Israelita Albert Einstein, o paciente encontra-se em bom estado e deve ser mantido em isolamento nos próximos 14 dias.

O infectologista lembra que todas as medidas preventivas e de contenção do coronavírus adotadas pelo Ministério da Saúde valem tanto para hospitais públicos, quanto para particulares. “É importante lembrar que todas as medidas instituídas por um hospital privado de alta categoria também valem para os públicos. O Ministério elegeu nos 26 estados brasileiros, 46 hospitais de sentinela, onde serão deslocados com toda segurança, isolamento e alojamento específico, garantindo que não só  paciente esteja seguro, como as pessoas que prestem o atendimento não venham a adoecer, bem como levar para suas casas um eventual vírus”. 

Os profissionais de saúde estão instruídos a observarem todos os sintomas de quem relata ter voltado de viagem recentemente, desde os mais brandos, como dores de garganta, febre ou tosse, ou intensos, como dores no corpo e desconfortos respiratórios. Assim, é possível identificar possíveis casos com mais celeridade e acionar os hospitais que estão direcionados para prestar o primeiro atendimento. 

O Dr. Jean reitera também que não há necessidade do uso frequente de máscaras, como ocorreu no surto de H1N1, em 2009. “É importante lembrar que não temos coronavírus no nosso meio, mas temos os outros vírus, como o da gripe. Não existe motivo para as pessoas estarem saindo, utilizando transporte público de máscara. Diferente do que vimos em 2009. Estamos numa situação muito diferente, é importante lembrar que não temos circulando em comunidade o coronavírus. Somente em casos suspeitos serão confinadas e submetidos a testes, bem como as pessoas no entorno”, completou. 

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