O primeiro caso de contaminação pelo coronavírus no Brasil foi confirmado nesta quarta-feira, mas o anúncio não foi motivo para desanimar os turistas e foliões que ainda aproveitavam o restinho do feriado de carnaval.
A quarta-feira de cinzas no Rio de Janeiro foi de festas, e muitas pessoas aproveitaram os desfiles de bloquinhos pelas ruas. Gabriel Soltino aproveitou a folia e se mostrou otimista, apesar do anúncio do caso. “Eu acho que tudo vai dar certo, nada pode atrapalhar essa festa. É a maior festa do mundo, o carnaval do Rio de Janeiro”.
A foliã Teresa da Silva disse que, diante da situação, é preciso cautela, mas que as festas têm que continuar. “Todo mundo tem que se proteger, claro, mas assim, não pode parar a festa por causa disso”.
O turista chileno Alverte Duran estava aproveitando o carnaval no Rio de Janeiro, mas ponderou que toda a América Latina deve estar preparada para um possível avanço da doença. “O resto da América Latina precisa estar preparado para isso”.
Em um dia de calor acima dos 32 gruas, as praias cariocas também estiveram cheias, e as pessoas não pareciam muito preocupadas com o coronavírus. Este casal de turistas portugueses disse não temer pela contaminação. “Nós até no avião vimos várias pessoas com máscaras, pelo menos mantivemos esse cuidado, ainda não estamos preocupados com o coronavírus”.
Eli da Silva, que é vendedor em uma barraca na praia de Ipanema, afirmou que um possível avanço da doença com certeza trará consequências, mas acredita que não há motivos para pânico. “Eu tenho certeza que a segurança dos turistas que vem de fora para o Brasil é monitorado, investigado. Quer dizer, acho que não tem perigo, não.”
Cinco casos suspeitos de coronavírus são investigados no estado. A tranquilidade dos turistas no Rio de Janeiro contrasta com o receio de moradores de outras capitais. Em São Paulo, itens como álcool em gel já começam a faltar em algumas farmácias.
A Maria Enaina trabalha em uma drogaria na capital paulista e diz que a procura por máscaras também disparou. “A procura de máscaras tem aumentado uns 70, 80%. A maior parte dos clientes que vem até a loja é a procura de máscaras. De 100, ao menos 90, é máscara”
Segundo a funcionária, a reposição dos estoques pode demorar. “A maioria dos fornecedores nem tem mais para entregar. Alguns nos deram o prazo de oito meses para entrega.” Com o aumento da demanda, algumas fabricantes estão dobrando a produção de máscaras para atender o aumento dos pedidos.
* Com informações da repórter Camila Yunes.
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