Os Estados Unidos e os talibãs assinaram neste sábado um histórico acordo de paz em Doha, no Catar. Estavam presentes o representante especial dos Estados Unidos para a paz, Zalmay Khalilzad, mulá Abdul Ghani Baradar, líder talibã, além de observadores internacionais e representantes de diversos países, como os ministro das Relações Exteriores de Turquia e Paquistão.
Khalilzad e Abdul Ghani Baradar apertaram as mãos no salão de um luxuoso hotel catari, diante de grande presença talibã. Antes da assinatura, o chefe da diplomacia do Catar, Mohamed bin Abdulrahman al Thani, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, e Ghani Baradar fizeram um breve discurso.
Pompeo chegou neste sábado a Doha, e afirmou que o acordo “não é perfeito, mas os talibãs mostraram que podem ser pacíficos quando querem”.
A noite de sexta marcou o fim de uma semana de redução da violência por parte dos talibãs no Afeganistão, uma das condições impostas pelos norte-americanos para a assinatura do acordo e uma prova de boa vontade por parte dos insurgentes.
“Haverá tentações para declarar vitória, mas a vitória para os EUA será quando seus cidadãos não tiverem mais que temer qualquer ameaça de ataque do Afeganistão”, analisou Pompeo.
O signatário talibã destacou o evento como “histórico” e elogiou as negociações entre seu grupo e os Estados Unidos, garantindo que “o acordo também é bom para a comunidade internacional”.
O processo começou em fevereiro de 2018, quando os talibãs exigiram por meio que os Estados Unidos participassem de um diálogo direto, após anos de recusa. Em dezembro daquele ano, Khalizard e os líderes insurgentes começaram a rodada de conversa.
Em setembro de 2019, Donald Trump cancelou as reuniões em resposta a um ataque em Cabul que matou um americano, mas o diálogo foi restabelecido no fim de novembro, após uma visita do presidente ao Afeganistão. Por fim, em fevereiro deste ano, o grupo talibã implementou uma redução de violência durante sete dias – uma espécie de compromisso com o processo de paz exigido pelos governos de Estados Unidos e Afeganistão, que foi excluído das negociações.
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