sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Se não negociar com a UE, Reino Unido pode perder 8% do crescimento nos próximos 15 anos

O governo britânico afirmou nesta quinta-feira (27) que está preparado para abandonar a possibilidade de um acordo comercial bilateral com a União Europeia já no mês de junho, caso as negociações não avancem de forma satisfatória até a metade do ano. Os debates vão começar de forma oficial nesta segunda-feira (2) entre os dois lados do Canal da Mancha e os ânimos não poderiam estar mais acirrados.

Os europeus querem impor uma série de legislações para os britânicos e querem que o governo do Reino Unido continue seguindo algumas das normas estabelecidas pela UE para poder fechar esse acordo bilateral. A lógica de Bruxelas é muito simples: não dá para ter um vizinho que vai fazer produções, oferecer serviços e ter acesso ao mercado europeu sem seguir as regras do bloco.

O Reino Unido ainda está no período de transição e tem até 2021 para se desfiliar integralmente da União Europeia.

Em Londres, o entendimento é de que esse processo todo vai ser finalizado dentro dos termos britânicos e que não é possível aceitar nenhuma imposição do lado europeu. Por isso Boris Johnson já está endurecendo o jogo. Ele diz que, se as negociações ficarem empacadas já logo no inicio, em junho ele vai mudar as estratégias e preparar o país para seguir os acordos comerciais da OMC.

O mais importante dessa história toda é que o próprio governo conservador realizou um estudo em 2018 afirmando que a economia britânica perderia pelo menos 8% do seu crescimento nos próximos 15 anos se fizesse negócios pelas regras da Organização Mundial do Comércio — como o próprio Brasil faz atualmente.

Se conseguir um acordo comercial nos moldes do que a UE tem com o Canadá, a econômica britânica ainda assim sairá perdendo pelo menos 5% do crescimento nos próximos 15 anos.

Essa não é uma opinião, mas um estudo realizado pelo próprio governo há dois anos. Ainda assim, o atual governo conservador parece pouco disposto a negociar com a UE e, sobretudo, aceitar qualquer imposição que venha do lado de lá do Canal da Mancha.

Por tudo isso, a expectativa é de que as próximas semanas serão muito turbulentas para a economia do Reino Unido na espera de negociação com a União Europeia somando ao coronavírus — que também está trazendo bastante problema para as Bolsas e para o mercado financeiro não só do Reino Unido como de toda a Europa e ao redor do mundo também.

É por tudo isso que os analistas do Reino Unido se mostram bastante preocupados com o que será realizado no ano de 2020.

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