Os novos casos de coronavírus na Europa levantaram um debate sobre as fronteiras do continente. Áustria, Croácia e Suíça foram os mais novos países a registrarem presença de coronavírus em seus territórios. A mesma coisa ocorreu também com a Espanha, que ainda não tinha registrado um caso dentro da Europa — apenas nas Ilhas Canárias.
Os governos estão se reunindo praticamente todos os dias para decidir o que fazer para tentar conter os casos de coronavírus em toda a região. Por enquanto, França e Alemanha acreditam que não é necessário fechar as fronteiras dentro do território. É claro que há um custo político muito forte em se fazer isso, sobretudo em isolar um dos principais países do bloco — que é justamente a Itália, onde mais de 300 casos foram confirmados.
O discurso oficial nesse momento é de que não seria produtivo fazer esse fechamento da área de livre circulação dentro da Europa. Os países não estão habituados a isso, a operação seria complexa e, no mais, não há garantias de que o fechamento traria resultados na tentativa de isolar o coronavírus.
O impacto econômico e político de uma medida dessas seria muito elevado e, no momento, as autoridades europeias ainda não parecem preparadas para bancar essa situação toda.
No Reino Unido o governo também disse que não pretende cancelar a entrada de pessoas que vem da Itália. O principal exemplo dado em relação a isso foi, justamente, a decisão da Itália em suspender os voos chineses. Mesmo fazendo isso, o país hoje é o principal foco do coronavírus na Europa. Logo, a eficácia dessa decisão ainda é questionada.
O que os governos dos países menos afetados da Europa tem feito é tentar alertar a população. O governo britânico tem investido muito nas campanhas de conscientização: tomar as medidas básicas de higiene, evitar regiões mais contaminadas e manter contato constante com agentes de saúde caso os primeiros sintomas do Covid-19 apareçam.
Por enquanto, medidas mais drásticas de fechamento de fronteira e suspensão de voos dentro estão descartadas. O fato é que o vírus está se espalhando rapidamente também pelo continente e medidas que tenham esse tipo de impacto — não apenas econômico, mas também social e politico — podem ocorrer dentro das próximas semanas.
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