Depois de caso confirmado em Hong Kong, pacientes na Bélgica e na Holanda também teriam sido reinfectados pelo novo coronavírus.
Ambas as ocorrências na Europa estão sob investigação das autoridades locais. De acordo com a emissora holandesa NOS, um homem idoso holandês com sistema imunológico comprometido teve novamente diagnóstico de covid-19. Já no caso belga, uma mulher que teve a infecção em março voltou a testar positivo em junho. Enquanto isso, a Organização Mundial da Saúde afirmou nesta manhã que a reinfecção não parece ser algo comum. A porta-voz da OMS, Margaret Harris, disse, nesta terça-feira (25), que a imunidade que será gerada pelas vacinas deve ser maior do que criada naturalmente pelo organismo de quem foi contaminado.
Na Holanda, a virologista Marion Koopmans, assessora da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do governo de Haia, confirmou que um paciente holandês, um idoso com sistema imunológico “debilitado”, também contraiu o coronavírus pela segunda vez desde o início da pandemia, em março. “Todas as infecções por SARS-CoV-2 têm uma impressão digital diferente, um código genético. As pessoas podem carregar restos do vírus por um longo tempo após a infecção e ocasionalmente secretar algum RNA (ácido ribonucléico, o material genético deste tipo de vírus)”, disse Koopmans à emissora de TV holandesa “NOS”.
A virologista holandesa recusou-se, como precaução, a detalhar os sintomas do paciente reinfectado pois, avisa, “precisamos ver se isso ocorre com mais frequência”, embora reconhecesse que o fato de pacientes infectados aparecerem uma segunda vez “estava de acordo com as expectativas” dos cientistas, apenas que “ainda não havia evidências para isso”. “As infecções respiratórias podem ocorrer duas ou mais vezes. Sabemos que uma pessoa não está protegida para o resto da vida se for infectada uma vez e é isso que esperamos com a Covid-19”, detalha Koopmans.
Na Bélgica, o virologista e conselheiro de saúde do governo Marc Van Ranst confirmou que uma cidadã belga, que já havia superado o novo coronavírus, teve uma recaída da doença três meses após a primeira infecção. Depois de analisar as amostras do vírus, os pesquisadores concluíram que se trata de duas estirpes diferentes do vírus, acrescentou o cientista, em declarações à televisão belga “VTM Nieuws”. “Esta é uma mulher que sofreu uma segunda recaída três meses após a primeira infecção. Fomos capazes de examinar geneticamente esse vírus em ambos os casos e temos dados suficientes para determinar que se trata de outra estirpe”, afirmou. A evolução da cidadã belga, da mesma forma, tem sido favorável nos últimos dias, apresentando apenas sintomas leves e não necessitando de hospitalização. Aos olhos de Van Ranst, a certificação de casos de reinfecção “não é uma boa notícia”, pois sua equipe, com base na evolução do vírus, “esperava que o tempo entre duas infecções fosse maior”.
A OMS e pesquisadores do mundo todo adotaram um tom cauteloso após cientistas da Universidade de Hong Kong confirmarem o primeiro caso de reinfecção pelo coronavírus. O paciente é um homem de 33 anos, assintomático, que recebeu o diagnóstico ao voltar da Espanha, quatro meses depois de pegar a Covid-19 pela primeira vez, quando teve sintomas leves. De acordo com os cientistas, o código genético do vírus da segunda infecção é diferente do encontrado agora. O estudo, ainda sem revisão, sugere que o paciente não desenvolveu imunidade ou perdeu os anticorpos em pouco tempo, levantando dúvidas sobre a eficácia, a longo prazo, de uma eventual vacina.
*Com Agência EFE
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