O Reino Unido registrou na quinta-feira (24) o maior número de casos de Covid-19 desde o início da pandemia. Foram 6.634 contaminados em 24 horas, com 40 mortes causadas pela doença. As estatísticas indicam o avanço acelerado da segunda onda e confirmam a projeção do governo de que o problema ainda vai demorar para passar. Na quinta, o governo conservador anunciou novas medidas para tentar proteger emprego e renda. O esquema implementado no início da pandemia, que na prática nacionalizou parte do mercado de trabalho, termina em outubro. Nesta segunda fase, o governo reduziu a ajuda fornecida pelo Estado — mas ainda vai manter apoio substancial para empresas e trabalhadores.
O ministro da Economia, Rishi Sunak, disse que não vai poder salvar todos os empregos e, agora, o foco será na proteção de postos viáveis. Os empregadores poderão reduzir a carga de trabalho dos funcionários em até dois terços e pagar somente pelas horas reduzidas. Mas o governo vai complementar uma parte para garantir que a renda das pessoas não despenque nesse momento que o consumo já está em baixa.
No final da equação, um funcionário que for afetado pela pandemia ficará com 77% do seu salário normal neste momento de crise. Sunak também anunciou novos empréstimos para empresas, redução de impostos e parcelamento sem juros das taxas que foram mantidas. Essas ações vão durar até março — em linha com a projeção de Boris Johnson de que as restrições de circulação das pessoas vão durar, pelo menos, mais seis meses. A economia britânica se prepara para o inevitável crescimento da taxa de desemprego — que deve subir dos atuais 4,1% para 8% no ano que vem.
Até a Família Real está enfrentando dificuldades financeiras e irá receber apoio dos cofres públicos. Parte considerável da renda da rainha vem do aluguel de imóveis comerciais — sobretudo no centro de Londres. Mas, como as vendas despencaram e muitas lojas fecharam as portas, o portfólio da monarca encolheu no equivalente a R$ 3,5 bilhões. O número reduzido de turistas e visitantes nos palácios reais, que é outra fonte de renda importante para Elizabeth II, também impactou as finanças. A casa real britânica congelou salários de seus funcionários e proibiu novas contratações até que as finanças voltem a ficar em ordem.
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