Praticamente cinco anos depois de toda a conversa ter começado com força, o Brexit vai entrando nos seus últimos capítulos. O período de transição no divórcio entre Grã Bretanha e União Europeia termina no dia 31 de dezembro. O último grande impasse dessa história — que muita gente duvidou que terminaria — é o acordo de livre comércio entre os dois lados. Ele é fundamental para manter as fronteiras do Canal da Mancha funcionando sem grandes transtornos — mas as negociações, como tudo que envolve o Brexit até aqui, estão emperradas.
Representantes europeus e britânicos finalizam os últimos detalhes nesta semana e ainda não se sabe bem se haverá entendimento ou não. No sábado, o primeiro-ministro Boris Johnson vai se reunir com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para aparar as últimas arestas. As previsões mais pessimistas indicam que filas quilométricas de caminhões podem se formar em Dover, na Inglaterra, caso um acordo não seja firmado. Grande parte do comércio entre europeus e britânicos passa por caminhão dentro do Eurotúnel — e o lado britânico fica nessa região de Dover. Em Calais, no lado francês, os preparativos para essa nova realidade já estão praticamente prontos.
A UE precisa que um acordo seja alcançado antes do final de outubro para permitir que todos os estados membros ratifiquem o entendimento antes do final do ano — enquanto Boris Johnson avalia que ambos os lados deveriam “seguir em frente” se o acordo não for alcançado até no meio do mês. Se um acordo não for fechado, o Reino Unido continuará a negociar com o bloco nas regras da Organização Mundial do Comércio. Por isso que existem previsões de desabastecimento e caos logístico do lado de cá — considerando que hoje o trânsito de mercadorias é extremamente facilitado e isso irá mudar. Mas uma coisa é certa: o Brexit finalmente será concluído com ou sem acordo comercial e a partir de 2021 uma nova realidade política e econômica terá início na Europa como um todo.
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