sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Setor de aço vê impacto menor da crise, mas nega alta de preços na construção

A siderurgia brasileira revisa projeções mais negativas, realizadas no calor da pandemia, após os resultados do setor no segundo semestre. O recuo do consumo aparente foi revisto de 14,4% para menos 4,7%, cerca de 20 milhões de toneladas. Mas o cenário otimista é cercado também por reclamações de falta de produtos e altas seguidas nos preços. O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, rebate. “Quando o setor da construção civil coloca que está havendo desabastecimento, que houve aumento das exportações no setor aço para terem o menor nível de oferta e implementarem aumento abusivos, esse posicionamento não corresponde a realidade”, garante.

O secretário da Economia, Carlos da Costa, visitou uma fábrica no interior de São Paulo, considerada a maior da América Latina na produção de vergalhões. O setor do aço representa forte recuperação pós-crise da Covid-19. Sobretudo, essa recuperação é impulsionada pela construção civil e pela indústria automotiva. “Nós tínhamos certeza que o Brasil ia voltar em ‘V’, que emprego, renda e produção iriam retomar rapidamente até pelas medidas corajosas que nós implementados. Agora a magnitude e a velocidade ela surpreendeu até os mais otimistas. Vários setores estão sendo crescendo a mais de dois dígitos em relação ao ano passado”, afirma.

O vice-presidente da Gerdau Aço, Marcos Faraco, lembra que a queda na produção passou da estimativa de 18,8%, em abril, para 6,4%. A empresa não demitiu e está contratando. “Se a gente olhar em abril foi uma surpresa. Mas ao longo dessas semanas a gente vai tendo uma confirmação dessa retomada e hoje vamos olhando de forma positiva para essa retomada da economia”, explica. Se a indústria dá sinais claros de recuperação, o setor de serviços ainda patina e preocupa; o desemprego no país atinge milhões e há grande incerteza com o fim do auxílio emergencial.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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