Em meio à pandemia da Covid-19 e a uma grave crise econômica mundial, os Estados Unidos realizam nesta terça-feira, 03, a eleição para o cargo mais importante do planeta: a cadeira na Casa Branca. Delegados espalhados por todos os estados norte-americanos irão decidir quem ocupará a Presidência pelos próximos quatro anos e vão escolher os parlamentares da Câmara dos Representantes e cerca de um terço dos senadores. A eleição para presidente no país é indireta, por meio do Colégio Eleitoral —formado por 538 delegados, divididos proporcionalmente pelo tamanho e população de cada estado. Donald Trump e Joe Biden precisam alcançar 270 deles para se eleger. No entanto, o resultado efetivo da eleição pode demorar para ser conhecido, um dos motivos para a provável demora é a possibilidade de judicialização do processo eleitoral, considerada “bastante viva” pelo analista político, Carlo Barbieri. Isso porque o presidente Donald Trump ameaça entrar com advogados numa batalha judicial assim que a eleição for encerrada, alegando possibilidade de fraude eleitoral.
Além disso, há possibilidade de votos por correio, o que também pode impactar no prazo para o resultado final. Nos Estados Unidos, o voto é facultativo e para aqueles que optam por exercer a cidadania através do correio, há necessidade de pedir a cédula. Em alguns estados, é exigida uma justificativa. Nesse ano, após decisões judiciais, o coronavírus foi incluído como razão para solicitar a cédula. O interessado preenche um formulário online, por telefone ou presencialmente, e a data limite do pedido varia de estado para estado. Há localidades onde o processo tem que ser feito na presença de uma ou duas testemunhas, que também assinam a cédula. Posteriormente a mesma é enviada pelo correio. O Departamento de Estado, órgão responsável pelas eleições, recebe e inclui o voto para contagem. É possível checar pela internet se a cédula chegou ao destino. Ainda existe a opção de leva-lá pessoalmente a um local de votação no dia da eleição, mas é ilegal votar duas vezes.
Como trata-se de um país com vasta extensão territorial, o fuso-horário torna-se um elemento importante e o fechamento das urnas ocorre de forma escalonada. Os primeiros estados encerram o recebimento dos votos às 20 horas, horário de Brasília são eles: Geórgia, Indiana, Kentucky, Carolina do Sul, Virgínia e Vermont. Os últimos serão Alaska a 1 hora da madrugada e o derradeiro Havai às 2 horas. A votação desta terça-feira será para todas as 435 vagas da Câmara dos Representantes, 35 das 100 cadeiras do Senado, 11 governos estaduais e 86 Assembleias Legislativas. No final das contas, o Colégio Eleitoral é quem realmente decide a eleição, já que o número de representantes de cada estado é a soma do número de deputados e senadores. Além disso, o Distrito de Columbia tem direito a três delegados. Nos Estados Unidos, a eleição é indireta porque os eleitores votam naqueles que concorrem para ser os delegados de seus estados, que por sua vez escolhem o presidente. O sistema do Colégio Eleitoral existe justamente para que estados mais populosos tenham peso maior na decisão. Por isso, os candidatos lutam para se dar bem em locais como Califórnia, Flórida e Texas, que, juntos, têm 133 delegados – quase 25% do total.
Há estados considerados cruciais para o pleito, pois historicamente não mantém a fidelidade a um determinado partido, como Flórida, Ohio, Pensilvânia e Carolina do Norte e, por isso, podem ser decisivos no resultado final. Ao longo da história norte-americano, o partido Democrata de Joe Biden já elegeu 15 presidentes americanos, foi fundado em 1828, e é a mais antiga legenda do país, tendo como símbolos um burro e a cor azul. O Partido Republicano, do atual presidente, Donald Trump foi criado em 1854 e tem como emblemas o elefante e a cor vermelha.
*Com informações do repórter Daniel Lian
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