Mais 20 presos envolvidos na onda de ataques em cadeias devem ser transferidos, até o fim da semana, para unidades do sistema prisional federal, de acordo com o governo do Amazonas. Assim, o total de transferidos poderá chegar a 29, já que nove já foram levados no início desta semana.
O secretário da Administração Penitenciária, Marcus Vinícius Almeida, defendeu novamente, nesta quarta-feira (29), que não tratou-se de uma rebelião, já que os ataques foram desarmados e entre colegas de cela. Na segunda-feira (27), ele disse que as mortes ocorreram por perfurações e asfixia, com objetos pontudos feitos com escovas de dentes e golpes de “mata-leão”.
“Para evitar as mortes, teria de haver de dois a três agentes em cada cela de cada prisão da cidade, o que é inviável”, explicou.
Na visão dele, a atuação das forças de segurança foi responsável por “salvar 225 vidas”. Isso porque os agentes e policiais teriam se antecipado à segunda onda de mortes, na segunda-feira, tirando presidiários vulneráveis de celas em que poderiam ser mortos. “Eles atacariam de novo da segunda para a terça, mas quando viram que estávamos agindo anteciparam as mortes. Eu mesmo salvei preso que estava sendo enforcado com mata-leão”, disse Almeida.
Na entrevista, o secretário foi questionado sobre a existência de um relatório do departamento de inteligência da Secretaria da Administração Penitenciária elaborado no dia 22 de maio em que havia a menção à possibilidade de mortes no interior das cadeias. “Não tinha como saber o horário imediato. As tropas estavam acionadas e agiram de forma muito rápida”, reforçou.
O secretário voltou a falar que o Estado não reconhece a atuação de facções no interior do sistema, apesar de a direção das unidades separarem os internos de acordo com a afinidades com esses grupos, visando a manter a segurança deles. Almeida informou também que o estado não renovará o contrato com a empresa terceirizada Umanizzare, que fornece funcionários para serviços de gestão e atividades socioeducativas nas cadeias. O contrato termina no próximo sábado.
Sobre a chacina
Neste domingo, 15 detentos morreram devido a uma briga que ocorreu na penitenciária Anísio Jobim, em Manaus. Na segunda, mais 40 pessoas foram encontradas mortas dentro de celas de três estabelecimentos prisionais do estado, fora o Compaj. Um inquérito será aberto para investigar os homicídios.
Para reforçar a segurança nas unidades, o Estado deve receber até o fim da semana cerca de 100 agentes da Força-tarefa de Intervenção Penitenciária que atuarão no interior das cadeias.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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