Os Ministérios da Saúde e da Mulher, Família e Direitos Humanos lançam, nesta segunda-feira (3), a campanha nacional de prevenção à Gravidez na Adolescência. Segundo a ministra Damares Alves, a campanha pretende apresentar aos adolescentes as vantagens de adiar o início da vida sexual.
Especialistas, no entanto, criticam o uso da abstinência sexual como política de governo, contestando a ineficácia da medida.
Para a médica ginecologista Albertina Duarte há evidências científicas de programas do tipo que falharam e causaram gastos desnecessários. “Eu acho que toda vez que você restringe qualquer movimento de sentimentos e emoções de um adolescente, você desperta nele a vontade de fazer.”
Albertina Duarte afirma, ainda, que rodas de conversas no ambiente escolar são mais eficazes no combate ao problema.
Para a Sociedade Brasileira de Pediatria, informações sobre os riscos da gravidez precoce e das doenças sexualmente transmissíveis devem ser dadas ainda no início da adolescência.
O 1º vice-presidente da entidade, Clóvis Constantino, diz que a abstinência deve ser uma decisão pessoal e não uma imposição. “Obviamente que a gravidez na adolescência acontecem na classe mais vulneral, que tem dificuldade no acesso a Educação e da Saúde. As políticas públicas deviam ser voltadas pra isso, não criar uma situação que seria uma forma de contornar o problema.”
A proposta encontra resistência dentro do próprio governo. Segundo o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, o foco da campanha será no incentivo ao uso de preservativos.
A ministra Damares Alves reforçou que o incentivo à iniciação sexual tardia será mais uma das alternativas no combate à gravidez na adolescência. “Não tem nenhuma guerra cotra os outros métodos. Continuaremos falando neles, mas vamos acrescentar uma nova iniciativa que é retardar o inicio da relação sexual no Brasil.”
A campanha faz parte da Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na Adolescência, criada pelo presidente Jair Bolsonaro, e acontecerá anualmente na primeira semana de fevereiro.
*Com informações da repórter Letícia Santini
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