A reforma da Previdência aprovada em 2019 causou uma corrida para a aposentadoria de agentes mais experientes. A queda de quase 30% na arrecadação na pandemia esvaziou os cofres do Estado, que se viu obrigado a adiar nomeações de aprovados em concursos por tempo indeterminado. Essa combinação gerou uma conjuntura que vem assustando os policiais: a falta de funcionários nas delegacias. Em alguns DPs, o número de inquéritos parados triplicou nas últimas semanas pela falta de delegados, escrivães e investigadores.
Segundo a presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia de São Paulo, Raquel Gallinati, esse é o cenário da maioria das delegacias do Estado de São Paulo. “Péssimas estruturas de trabalho, Delegacias despencando e caindo aos pedaços. Armamentos obsoletos, que poderiam ficar em museus. Tem policial se formando com armamento de 1980”, explicou. O presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo, Gustavo Mesquita, ressalta os impactos na população.
“A população do Estado cresceu exponencialmente nas últimas décadas e o efetivo da Polícia Civil vem diminuindo. Sofre com os piores salários do país.” Procurada, a Secretaria da Segurança Pública informou que investe na valorização, ampliação e recomposição do efetivo policial em todo o Estado. Segundo a pasta, a atual gestão reajustou em 5% o piso salarial dos policiais e equiparou o auxílio alimentação dos agentes — além de ter ampliado a bonificação por resultados, que passa a ser bimestral.
*Com informações do repórter Leonardo Martins
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