Cerca de 48 horas após ser operado, Jair Bolsonaro recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na manhã desta quarta-feira (30). Com boa recuperação, o presidente já realizou despachos a partir de mensagens enviadas por celular, mas ainda não recebeu a visita da equipe de governo. Na quinta (31), ele deve realizar videoconferências.
De acordo com boletim médico divulgado nesta tarde pelo Hospital Albert Einstein, em São Paulo, Bolsonaro “segue apresentando boa evolução clínico-cirúrgica, sem sangramento ou disfunções orgânicas”. Ele também não teve febre nem sinais de infecção. “Continua em jejum oral, recebendo por via endovenosa todos os nutrientes necessários.”
O presidente também realizou exercícios de fisioterapia respiratória e motora e caminhou pelo corredor do hospital “com boa tolerabilidade”. O boletim médico divulgado à imprensa é assinado pelo cirurgião Antônio Luiz Macedo, pelo clínico e cardiologista Leandro Echenique e pelo diretor superintendente do Albert Einstein, Miguel Cendoroglo.
O porta-voz do governo, Otávio Santana do Rêgo Barros, informou que Bolsonaro caminhou cerca de 140 metros em duas sessões. Após a segunda, “se exercitou em bicicleta ergométrica” acoplada à cama do quarto onde está internado. “Ele vem, em alguns momentos, reclamando de dores, o que é natural segundo os médicos”, disse.
Despachos
Apesar da alta, Jair Bolsonaro ainda está em repouso e tem restrições quanto à fala. “O presidente está preservado de falar, porque, ao falar, há a possibilidade de que ar entre em sua cavidade abdominal. Isso vai provocar dores e dificultar a cicatrização externa”, explicou Rêgo Barros. A vocalização vai depender de autorização médica.
Com isso, Bolsonaro – que reassumiu a presidência da República na manhã desta quarta – vai realizar despachos por telefone ou videoconferência. “Ele vai absorver a informação e escrever a orientação dele.” Hoje, houve despachos “por Whatsapp”. Nesta quinta-feira (31) deve permanecer o contato virtual com a equipe de ministros.
“O presidente encontra-se em recuperação plena e precisa manter-se descansando um pouco mais”, destacou o porta-voz. De acordo com Rêgo Barros, Bolsonaro já está usando o celular e assistindo a programas de televisão. Ainda não há previsão médica para que o presidente comece a receber alimentos pastosos ou sólidos no hospital.
Colostomia
Na segunda-feira (28), Bolsonaro passou por operação que durou cerca de 7 horas e ocorreu “sem intercorrências”. No procedimento, removeram parte do intestino dele, opção mais complexa do que a simples sutura (costura) da parte ligada a bolsa de colostomia.
Deste o fim da cirurgia, o presidente está sob cuidados médicos para prevenir infecções e “trombose venosa profunda”. Bolsonaro vinha utilizando bolsa de colostomia desde setembro passado, quando foi esfaqueado durante ato de campanha eleitoral.
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