terça-feira, 31 de março de 2020

Coronavírus: 78% dos médicos brasileiros acham estrutura hospitalar do país insuficiente

Um levantamento feito com médicos de quatro países da América Latina – Brasil, Colômbia, Argentina e México -, conduzido pela Ipsos HealthCare em pareceria com a Fine, mostrou que os brasileiros não acreditam que o país tenha estrutura hospitalar suficiente para enfrentar a pandemia de coronavírus.

Para 78% dos profissionais, o país tem ‘pouca ou nenhuma’ infraestrutura para lidar com a Covid-19, que só no Brasil, segundo dados divulgados nesta terça, 31, pelo Ministério da Saúde, já fez 201 vítimas e infectou 5.717 pessoas.

Na Colômbia, a percepção é ainda mais negativa, mesmo que dentro do grupo, o país seja o que registrou menor número de vítimas até o momento – 10. Dos entrevistados, 90% vê a estrutura nada ou pouco preparada para combater a vírus. São 702 pessoas infectadas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Cenário similar é apontado pelos profissionais de México, onde 81% acredita que o sistema é insuficiente, e Argentina, 70%. Os países têm, respectivamente, 993 e 820 casos. A covid-19 levou 20 mexicanos e 20 argentinos à óbito.

Conscientização sobre o vírus

A pesquisa questionou também sobre o nível de conscientização da população sobre a doença. Os brasileiros saíram na frente – pouco mais da metade dos ouvidos localmente, 56%, responderam que o povo está pouco ou nada preparado. Os argentinos, mexicanos e colombianos se mostram mais pessimistas, com índices de 73%, 81% e 87%.

México em alerta

Os representantes do México que participaram da pesquisa também acreditam que as medidas tomadas para tratar a pandemia poderiam ser melhores – apenas 44% consideram as determinações e orientações efetivas. Na Colômbia, são 75%, no Brasil, 83%. Os argentinos atingiram o impressionante índice de 92%.

Outro ponto abordado foi a capacitação dos profissionais de saúde. Pouco mais da metade dos mexicanos – 58%, afirma ter sido treinado para lidar com a Covid-19. No Brasil, na Colômbia e na Argentina os números sobem significativamente: 80%, 87% e 89%, respectivamente.

A pesquisa ouviu 960 médicos de diversas especialidades, sendo 280 da Argentina, 251 do Brasil, 267 da Colômbia e 162 do México.

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