Com a recente vitória do democrata Joe Biden nos Estados Unidos, especialistas avaliam quais serão as prioridades do novo presidente. União da população, combate ao coronavírus e recuperação econômica estão entre os assuntos mais apontados como prioritários nas falas do democrata, que promete “governar para todo o país”. “O que vai ser a prioridade, claramente em todos os discursos de Biden, será a questão do coronavírus, ele formará um time para isso, o coronavírus tem ocupado bastante tempo da agenda e nos discursos dele. E o pacote de recuperação econômica a ser negociado no Congresso, então serão essas as prioridades”, avalia o professor da Universidade George Washington, Maurício Moura. Enquanto isso, assessores de Biden já preparam uma equipe de transição à Casa Branca. Entre as medidas que devem ser anunciadas está o lançamento de um site e contas em redes sociais, além da formação de uma equipe composta por especialistas em saúde e cientistas que vão aconselhar a transição enquanto expõe o plano do novo presidente para o enfrentamento da Covid-19.
Ao mesmo tempo em que surgem os debates sobre a priorização de Biden, aumentam as expectativas que Donald Trump, atual presidente dos Estados Unidos, reconheça publicamente a derrota no pleito americano. Embora a declaração não seja obrigatória, Maurício Moura explica que assessores já estimulam que o republicano reconheça a derrota eleitoral, colocando fim a judicialização do pleito, considerada “sem precedentes”. “Ela não tem precedentes porque não tem expectativa nenhuma de vitória do Trump. Na Flórida [em 2000] tinha um problema real, era um problema específico e desenhado. Agora, existem apenas insinuações e falas sem qualquer evidência [de fraude eleitoral]. É uma situação bem diferente”, explica Moura em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
Quanto aos desafios do Partido Democrata na presidência, o professor destaca a polarização nos Estados Unidos, que deve continuar mesmo após o fim da eleição e aspectos demográficos e geográficos do país. Além disso, a possível maioria republicana no Senado, também pode ser um problema para Joe Biden que, na visão de Moura, não conseguirá avançar com as pautas no ritmo esperado pelos eleitores. “O Democratas têm um desafio geográfico, eles perderam conexão com a América profunda, com as zonas rurais e cidades não industriais. Os dois partidos têm desafio de reconexão, os fundamentos [da polarização] continuam e será um grande desafio para ambos.”
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