terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Carlos Andreazza: Não vejo nenhum problema em um governo composto por militares

Com um governo composto amplamente por militares, sendo o próprio presidente eleito, Jair Bolsonaro, um militar reformado, tomará posse nesta terça-feira (1). Para Carlos Andreazza, não há problema nessa presença militar no novo governo. “Não vejo nenhum problema em um governo ser composto por militares em grande volume. Os militares ainda são muito bem formados no Brasil, mesmo com o sucateamento. [São] os mais bem capazes, os que tem maior visão estratégica”, disse.

O comentarista aposta na visão estratégica dos militares no governo. Ele explica que os ministros que tomarão posse estão alocados em pastas de infraestrutura. Isso porque as forças armadas têm um histórico de investimento em tecnologia e infraestrutura.

Andreazza ressalta que os militares foram ganhando espaço no governo aos poucos. Quando Bolsonaro ainda era presidenciável, por exemplo, os quarteis mantiveram silêncio sobre a candidatura, isso porque, segundo o comentarista, a imagem de Bolsonaro seria associada ao exército de qualquer maneira.

“Tem um componente que me parece estratégico da parte dos militares. Quando o Bolsonaro ascendeu politicamente, os militares percebem que, querendo ou não, eles seriam responsabilizados por um eventual governo de Bolsonaro. Tinham então duas opções, uma delas, contraproducente, era de não participar do governo, a outra, era de colaborar.  Havia, no começo, medo de contaminação política nos quarteis. Porém, me parece que há um entendimento das forças armadas de que é importante colaborar”, concluiu.

‘O vice não será decorativo’

Para Carlos Andreazza, apesar de Bolsonaro ter brecado a possibilidade do general Hamilton Mourão como coordenador do jogo político no Planalto, o militar não deve ser passivo.

“Certamente não teremos um vice decorativo. Ele tem compreensão da reforma da previdência e de política externa. Ele lutou e batalhou para ter uma presença forte dentro do Planalto. Ele queria ser uma espécie de coordenador dentro do Planalto. Tomou uma brecada. Acho que Jair Bolsonaro não conta com ele para isso”, apontou.

A dupla que comandará o país pelos próximos quatro anos mostrou pouco entrosamento durante a campanha em 2018. Andreazza explica que isso se deve a composição partidária que os colocou juntos na disputa presidencial, mas o comentarista vê a união positivamente.

“No caso de Mourão, ficou claro para mim que não havia uma relação de grande intimidade entre ele e Bolsonaro. O presidente chegou a expressar isso. Houve uma composição partidária. Mas uma vez eleito Jair Bolsonaro, Mourão se tornou outra pessoa. Ele é uma pessoa interessante e seria bom que tivesse espaço no governo, mas não acho que terá”, pontuou.

Assista:

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