O ministro das Relações Exteriores da Venezuela propôs na manhã desta quarta (27) que o presidente Donald Trump se reúna com o ditador Nicolás Maduro. A declaração foi feita na reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra.
“Vamos tentar o caminho do diálogo”, disse o chanceler Jorge Arreaza. “Diálogo inclusive com os Estados Unidos. Sim, por que não? Entre o presidente Maduro e o presidente Trump. Que se reúnam. Aí estão as diferenças, que se busquem as coincidências”.
Assim que o venezuelano começou a discursar, cerca de 20 representantes de governos presentes na reunião abandonaram o salão. A ação foi coordenada previamente pelos países do chamado Grupo de Lima, que reconheceram o chefe do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, como presidente interino da Venezuela até que sejam realizadas novas eleições.
Arreaza aproveitou a fala para apontar o que chamou de “agressão” à Venezuela pelos EUA. “Já são R$30 bilhões bloqueados do nosso país no exterior. Os americanos não respeitam o Conselho de Segurança da ONU, nem o direito internacional. Já basta de tanta agressão.”
O chanceler também acusou o senador republicano Marco Rubio, aliado de Trump, de ameaças de morte contra Maduro através do Twitter. “Depois de publicar 40 vezes contra a Venezuela, Rubio colocou fotos do ditador Muammar Kadafi antes e depois de ser assassinado na Líbia. É uma ameaça de morte contra nosso presidente eleito. O que faz a ONU nesse caso?”, questionou.
Ajuda Humanitária
Na segunda (25), a chefe de Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, condenou os episódios violentos nas fronteiras da Venezuela com a Colômbia e com o Brasil.
Jorge Arreaza aproveitou a fala desta quarta para convidar Bachellet a visitar o país e disse que o governo de Maduro tem usado “métodos de força progressiva” para conter manifestantes e “evitar tragédias”. Ele também negou que o governo tenha atacado ônibus e caminhões de ajuda humanitária que tentavam entrar na Venezuela.
Guaidó viajou à Colômbia na última sexta (22) para organizar trabalhos de ajuda humanitária vinda de países contrários a Maduro. O ditador, no entanto, mandou um recado para o presidente interino. ““Ele pode sair e voltar, mas terá que dar explicações à justiça, porque foi proibido de deixar o país”, afirmou.
Grupo de Lima
Dez dos 14 países integrantes do Grupo de Lima indicaram, também na segunda (25), que a transição democrática venezuelana deve ser feita de forma pacífica pelo próprio povo, opondo-se a intervenções militares no país.
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