O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, Fabrício Queiroz, já prestou depoimento por escrito e “eximiu o seu filho de culpa”. A frase refere-se a uma investigação do Ministério Público Federal (MPF) que apura se Flávio praticou movimentação ilegal de dinheiro, com lavagem e organização criminosa, enquanto Queiroz, suposto operador do esquema, era seu assessor.
Bolsonaro falou com a imprensa na porta do Palácio do Alvorada, antes de seguir para o Regimento de Cavalaria da Polícia Militar do Distrito Federal, onde acompanha aula de montaria da filha.
O presidente disse ainda que as dúvidas em relação ao dinheiro movimentado nas contas de Queiroz estão “resolvidos”. Ele esclareceu que Queiroz repassou uma conta que tinha com uma construtora para a Caixa. “Não tem R$ 1 milhão, isso é uma operação normal, isso está resolvido”.
Além disso, o presidente defendeu que os depósitos de menos de R$ 2 mil encontrados na conta do assessor foram feitos porque esse é o limite para depósitos em envelopes em caixas eletrônicos. “Não é para fugir do Coaf, que o limite é R$ 10 mil”, acrescentou.
Bolsonaro também citou compras de imóveis por Queiroz e completou: “Se funcionários botavam dinheiro na conta do Queiroz, é problema dele, ele que responda”.
O presidente lembrou que conhece o ex-assessor desde 1984 e que eles nunca tiveram problemas. Bolsonaro negou, ainda, que tenha feito contato com Queiroz, que estaria fazendo um tratamento contra um câncer. Segundo reportagem da revista Veja, ele está morando no bairro do Morumbi, na cidade de São Paulo.
“Não sei de Queiroz. Quem responde por ele é ele, não sou eu. A Veja descobriu como se ele estivesse foragido”, disse. “Não existe telefonema meu para ele, nada, não sei onde ele está”.
Decisão de Toffoli parou investigações
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, atendeu, um pedido de Flávio e suspendeu o andamento de processos que envolvam dados compartilhados por órgãos de controle, como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). A partir de agora, para dar continuidade a um inquérito desse tipo, será preciso autorização judicial.
A decisão foi criticada por órgãos e instituições brasileiras, como a Procuradoria-Geral da República, a força-tarefa da Operação Lava Jato e o MPF. Em uma nota pública, os procuradores da República, por exemplo, afirmaram que têm “grande preocupação” em relação à decisão monocrática emitida por Dias Toffoli e que uma avaliação dos demais ministros é importante para conferir “segurança jurídica” para o desenvolvimento das investigações e processos que estão suspensos.
* Com informações do Estadão Conteúdo
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