O centro de Londres será palco de grandes manifestações neste sábado (31) contra o governo de Boris Johnson. Centenas de milhares de pessoas são esperadas nos protestos que têm o apoio do líder da oposição, Jeremy Corbyn. Outras mobilizações também estão marcadas nas principais cidades do Reino Unido, mostrando que o primeiro-ministro não terá vida fácil.
Mas, desculpem o meu cinismo, se protesto resolvesse alguma coisa o Iraque não teria sido invadido pelos americanos. Na ocasião, quase 2 milhões de pessoas tomaram as ruas de Londres pedindo para que Tony Blair não entrasse para a história como mico amestrado de George W. Bush – e deu no que deu.
Claro que se protestar não resolve, ficar em casa ajuda menos ainda. E as mobilizações deixam claro que o Reino Unido está dividido. Existe uma fatia considerável da população que não está nada contente com o Brexit sem acordo e quer impedir as manobras de Boris Johnson.
Não é possível normalizar o comportamento do primeiro-ministro. Ele mente na maior cara lavada possível para a população quando diz que vai suspender o parlamento para criar uma nova agenda de políticas domésticas, e não para evitar que seus opositores dificultem o Brexit.
Johnson está executando uma manobra arriscada, que pode sim colocar o nome dele na história da política britânica. Mas nem por isso ela deixa de ser vergonhosa para um país que é um dos berços da democracia ocidental. Que se orgulha de não ter nem constituição escrita porque bastam as convenções sociais e legais para que as pessoas saibam se comportar.
Entregar o Brexit é algo legítimo que está em linha com a votação de 2016. O problema está nos limites que estão sendo rompidos quando se age a qualquer custo.
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