sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Bolsonaro admite ‘atritos’ com Moro, mas o chama de ‘patrimônio nacional’

Em meio às especulações de que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, poderia deixar o governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou, nesta quinta-feira (29), a dar demonstrações públicas de apoio ao ministro. O chefe do Executivo fez questão de participar do anúncio de um projeto piloto de segurança, o “Em Frente Brasil”, e afirmou que Moro é, na verdade, é um “patrimônio” e que o relacionamento dos dois extrapola as questões governamentais.

“Obrigado, Sergio Moro, que você abriu mão de 22 ano de magistratura para não entrar em uma aventura”, disse, durante o evento. Mais tarde, durante uma transmissão ao vivo em suas redes sociais, o presidente admitiu que já houve desentendimentos entre os dois, mas minimizou o fato. “De vez em quando há atrito. Mas tive problemas, problemas não, alguma coisa que a gente gostaria que fosse feita, conversa, etc. E tudo bem. A imprensa potencializa, né. O tempo topo potencializando. Não tenho nenhum problema com o Moro, mais uma vez, Moro, parabéns aí.”

O ministro-chefe da casa Civil, Onyx Lorenzoni,  também aproveitou para reafirmar a  importância de Moro para o governo. “O ministro Moro, ao ser escolhido, ele era, sim, símbolo de uma luta importantíssima. E era, também, um apelo, um compromisso que as pessoas e o sr. [Bolsonaro] faziam em cada rua, em cada praça do Brasil, que era o combate a corrupção.”

As recentes declarações do presidente sobre substituições em superintendências da Polícia Federal (PF) geraram mal estar dentro da categoria, que rejeita interferências do Executivo dentro da corporação. Bolsonaro disse, inclusive que pode trocar o diretor geral da PF, Maurício Valeixo, e que a indicação é dele, não de Moro.

Segundo Bolsonaro, os ministros têm a liberdade de indicar nomes, mas a palavra final é dele. O silêncio de Moro causou insatisfação entre os policiais federais mas, nessa semana, ele disse que Valeixo permanece no cargo “pelo menos por enquanto”.

Em meio à essa queda de braços, o ministro anunciou um projeto piloto de segurança pública, que tem como objetivo combater crimes violentos como homicídios, feminicídios, estupros, latrocínios e roubos. O objetivo é aumentar a sensação de segurança e desenvolver ações conjuntas entre União, estados e municípios, levando em consideração as realidades locais.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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