Assim como a Standard & Poors fez na quinta-feira (29), a agência de risco Fitch rebaixou, nesta sexta (30), a nota de crédito dos títulos da Argentina para “default restrito”. As decisões aconteceram depois que o governo anunciou a moratória de dívidas de curto prazo, ou seja, o atraso no pagamento a investidores institucionais, como bancos e seguradoras.
A Fitch rebaixou a nota dos títulos argentinos em moeda estrangeira de CCC para CC, o que indica elevada chance de falha no pagamento. Já a Standard & Poors afirmou que passa a considerar os ratings de emissão de moeda estrangeira e local a longo prazo como CCC, ou seja vulnerável a não pagamento.
A ideia do governo de Maurício Macri é renegociar as dívidas de médio e longo prazo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
No ano passado a Argentina adquiriu uma linha de crédito com o FMI no valor de 57 bilhões de dólares, mas acumulou dívidas de longo, médio e curto prazo, grande parte sobre o regulamento das leis locais.
No entanto, a equipe do ministério da Fazenda argentino, comandado por Hernán Lacunza, opta por priorizar as dívidas externas. De acordo com o ministro, a ideia da moratória é utilizar os recursos para aliviar a pressão sobre as reservas internacionais e “preservar” a moeda local.
Os rebaixamentos das notas de crédito argentinas acontecem duas semanas depois que o presidente Maurício Macri anunciou um pacote de medidas consideradas populistas pela mídia argentina, entre as quais estava o aumento do salário mínimo.
Em meio a crise econômica argentina, Mauricio Macri busca a reeleição no pleito que acontece no dia 27 de outubro. O presidente, que se coloca como liberal, foi derrotado nas primárias pelo rival Kirchnerista, Alberto Fernández, o que sinaliza uma possível mudança drástica na política econômica Argentina.
* Com informações do repórter Renan Porto
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