Depois da negativa do governo brasileiro à doação do G7 para a Amazônia, o presidente da França, Emmanuel Macron, sinalizou que o montante pode ser destinado a outros países. Durante uma conferência de embaixadores, o francês explicou que outras nações que possuem a Amazônia no território já pediram auxílio financeiro para a floresta.
Macron aproveitou para criticar a forma como as autoridades entendem a soberania e disse que é importante mobilizar os esforços rapidamente para reflorestar a região. “Eu notei que as inquietudes de alguns líderes é considerar que a soberania significa ser agressivo. Eu acho que isso é um erro. Nós somos um país soberano e, quando temos grandes acontecimentos, aceitamos de bom grado a solidariedade internacional porque é um sinal de amizade”, declarou.
“É importante que haja mobilização rápida para que a Colômbia, Bolívia e as regiões brasileiras que gostariam de ter acesso à ajuda internacional possam tê-la e possam reflorestar rapidamente”, continuou o presidente.
Em uma entrevista a um programa francês, o embaixador do Brasil na França, Luís Fernando Serra, explicou que a ajuda foi rejeitada porque foi decidida sem a presença de representantes brasileiros. Segundo ele, o montante representa um “auxílio não solicitado”.
Nesta terça-feira (27), ministros e governadores da Amazônia Legal se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro (PSL) para discutir os incêndios na região.
O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, criticou a postura do presidente francês. “Essa posição colonialista do Macron, além de ser lamentável, tem um passado triste. 90% das colônias francesas vivem em situação lamentável. Eu vivi o problema no Haiti, uma das colônias francesas. E um monte na Europa. Onde eles passaram, deixaram rastro de destruição, de confusão, de miséria. Então eles não podem dar esse tipo de conselho à ninguém. Isso é molecagem”, afirmou.
Também nesta terça-feira, o governo da Noruega se reuniu com os representantes de empresas que atuam no Brasil para discutir as queimadas na Amazônia. Uma das companhias que estava no encontro, a Norsk Hydro, é dona de uma fábrica no Pará que contaminou a região de Barcarena com rejeitos de bauxita no ano passado.
A intenção do governo norueguês é garantir que as empresas não prejudiquem o bioma brasileiro. A Noruega era uma das maiores doadoras de verba para ações contra o desmatamento, mas suspendeu os repasses após mudanças na estrutura do Fundo Amazônia.
*Com informações da repórter Nanny Cox
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