sábado, 1 de fevereiro de 2020

Entidades contestam censo da população de rua em SP e dizem que número chega a 32 mil

Entidades questionam a metodologia utilizada pela prefeitura de São Paulo para calcular o número de pessoas que vivem nas ruas da capital. O Censo de Pessoas em Situação de Rua mostra que a população morando em calçadas e vielas saltou de 16 mil, em 2015, para mais de 24 mil em 2019 – um aumento de 52%

Durante apresentação dos dados nesta sexta-feira (31) pelo prefeito Bruno Covas e por vários secretários, representantes do Movimento População de Rua, que participaram da contagem com a Prefeitura, protestaram contestando o resultado do levantamento.

O coordenador do movimento, Anderson Miranda, diz que a prefeitura deixou de contar barracas, pequenas favelas e ocupações. “Zeladorias das prefeituras regionais chegando três horas antes da contagem e expulsando morador de rua. Nós vimos isso, nós presenciamos isso. Chegavamos em malocas e o morador de rua tinha sido tirado.”

De acordo com ele, há mais de 32 mil pessoas vivendo nas ruas de São Paulo.

Segundo Cristiano Luiz Ribeiro, da empresa Qualiteste, responsável pelo censo, o governo decidiu o público-alvo da pesquisa com base na definição de morador de rua Prevista em lei.

“Por que que a gente contou as pessoas que estavam nas ruas e barracas e não contamos quem estava em moradia improvisadas? Justamente porque elas não se encaixam no conceito de morador de rua.”

O Censo aponta que 70% das pessoas que vivem nas ruas da capital são pretas ou pardas; desses, 85% são homens. Segundo o executivo municipal, o centro de São Paulo é o local de maior concentração dos moradores de rua. Só na região da Sé, há 11.048 pessoas vivendo nas calçadas e sob viadutos.

Para tentar reverter esse quadro, o prefeito Bruno Covas promete ampliar políticas de incentivo ao trabalho, educação e saúde.

Segundo o secretário de governo, Mauro Ricardo, a prefeitura já está criando novas vagas de emprego em parceria com a iniciativa privada. “Várias dessas ações já serão implantadas ao longo do exercício de 2020, como a ampliação de consultórios de rua.”

Segundo a prefeitura, a maioria dos motivos que levam pessoas a irem para as ruas são conflitos familiares, separação e falecimento de familiares.

*Com informações do repórter Leonardo Martins

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