terça-feira, 28 de julho de 2020

Ambiente para negócios no Brasil é o segundo pior entre 18 países

ambiente brasileiro para negócios é o penúltimo em uma lista de 18 países com características sociais e econômicas semelhantes, apontou o relatório Competitividade Brasil 2019-2020, elaborado anualmente pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O país amarga a mesma colocação desde 2010, quando foi lançada a primeira edição do estudo. Apesar de ter reduzido a burocracia e melhorado a legislação trabalhista nos últimos anos, o custo para se obter financiamento e a alta carga tributária são os principais entraves ao desenvolvimento econômico. Na avaliação geral de 9 itens e 61 variáveis, o Brasil está à frente apenas da Argentina, e perde para os também latino-americanos Peru, Chile, Colômbia e México. A lista é liderada pela Coreia do Sul, Canadá e Austrália. A perda de espaço no mercado internacional, a dificuldade em expandir as operações para fora do país e a queda da produtividade das empresas e indústrias são os principais reflexos deste cenário hostil aos negócios. “Se tivéssemos um ambiente melhor, poderíamos nos desenvolver muito mais. Em termos de economia real, não conseguimos avançar em crescimento de renda, em criação de postos de trabalho e atração e criação de novas empresas”, explica Samantha Cunha, economista da CNI.

Com a mais alta taxa de juros real de curto prazo e maior spread bancário — a diferença entre os juros cobrados e os juros pagos pelos bancos —, o Brasil é o último colocado no fator financiamento entre os 18 países avaliados. O dado expõe o custo elevado para se fazer investimentos que poderiam impactar em mais produção e empregos, por exemplo. A carga tributária também é um dos maiores gargalos aos empresários. Além de aplicar taxas que chegam a consumir 65,1% do lucro das empresas, o sistema de tributos brasileiro é complicado e burocrático. “Quando se observa indicadores que avaliam a qualidade, o sistema tributário fica em último lugar no ranking. Ou seja, nós temos uma carga elevada, e uma qualidade baixa”, afirma Samantha.

O estudo da CNI, no entanto, apontou o avanço do país em pautas de inovação, trabalho e estrutura produtiva. O tempo para se abrir uma empresa, por exemplo, caiu para 17 dias, ante quase 80 dias há alguns anos. A população elevada também deixa o país em uma posição de vantagem quanto a demanda de mão de obra e mercado consumidor. O Brasil ainda se destacou por ser o 5º no ranking com maior investimento em pesquisa e desenvolvimento ao aportar 1,26% do Produto Interno Bruno (PIB) em inovação. Os avanços, porém, não foram suficientes para deixar o Brasil em uma posição mais confortável entre seus pares. “Apesar de termos melhorado em diversos aspectos, os outros países também cresceram e continuam tendo vantagem. Nós precisamos caminhar mais rápido do que eles para poder subir de posição”, afirma a economista da CNI.

O estudo da Confederação Nacional da Indústria comparou dados do Brasil com África do Sul, Argentina, Austrália, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Índia, México, Peru, Polônia, Rússia, Tailândia e Turquia. Os índices avaliados incluem ambiente macroeconômico, educação, estrutura produtiva, escala e concorrência, financiamento, infraestrutura e logística, tecnologia e inovação, ambiente de negócios e trabalho e tributação.

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