O procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, foi pressionado por senadores a se explicar sobre as críticas feitas à Lava Jato. Na ocasião, ele defendeu o fim do “punitivismo” do Ministério Público e afirmou que a Lava Jato de Curitiba tem “caixas de segredos”. E criticou o que chama de “lavajatismo”. Nesta terça, ele conversou com membros do grupo “Muda Senado”, cuja posição costuma convergir com a dos procuradores da Operação, e reafirmou a opinião já manifestada. O senador Major Olímpio (PSL) pediu ao PGR que reveja a posição.
Em nota, a força-tarefa da Lava Jato repudiou as declarações de Augusto Aras. Disse que “devem ser refutados os ataques genéricos e infundados às atividades de procuradores da República e as tentativas de interferir no seu trabalho independente”. Para os os procuradores, é uma ilação dizer que há “caixas de segredos” na Lava Jato, assim como a alegação de que haveria milhares de documentos ocultos.” Segundo eles, “não há na força-tarefa documentos secretos ou insindicáveis das Corregedorias”. Por último, a força-tarefa diz que “investigações de crimes graves que envolvem políticos e grandes empresários desagradam parcela influente de nossa sociedade, que lança mão de todos os meios para desacreditar o trabalho até então realizado com sucesso”.
A manifestação é seguida por parlamentares que estiveram com o procurador na terça-feira (28). O senador Oriovisto Guimarães (Podemos) disse que quando Augusto Aras pleiteava o cargo aos senadores, prometeu “levar a todo o Brasil o que a Lava Jato de Curitiba aprendeu”. Oriovisto se diz decepcionado. Além dele, autoridades se posicionaram sobre a declaração. O ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirmou que desconhece segredos ilícitos no âmbito da Lava Jato. “Ao contrário, a Operação sempre foi transparente e teve suas decisões confirmadas pelos tribunais de segunda instância e também pelas Cortes superiores, como STJ e STF“, escreveu no Twitter.
*Com informações do repórter Levy Guimarães
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