A defesa do o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), que virou réu nesta quinta-feira, 30, pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, disse, por meio de nota, que a denúncia feita pelo Ministério Público e recebida pela Justiça Eleitoral, “dará a oportunidade até agora negada ao ex-governador de se defender e provar a sua improcedência”. Além disso, chamou as acusações de “falsas” e “injustas”. Alckmin teria recebido R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht durante a campanha ao Palácio dos Bandeirantes em 2010, e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição, em 2014. Os recursos, segundo a investigação, não foram registrados nas prestações de contas do candidato, que, para a polícia, solicitou e recebeu vantagem indevida, pagas pelo setor de operações estruturadas da empresa.
Os advogados José Eduardo Rangel de Alckmin e Marcelo Martins de Oliveira alegam, no entanto, que Alckmin “nunca recebeu valores a título de contribuição de campanha eleitoral que não tenham sido devidamente declarados nos termos da legislação vigente, nem tampouco praticou qualquer ato de corrupção, como, aliás, nunca fez durante mais de 40 anos de vida pública”. Por isso, o ex-governador “lamenta essa injusta e indevida exposição, confiante de que, ao final do processo, a verdade e a justiça prevalecerão”. Entre as provas listadas pelo MP, no que ficou conhecido como ‘Lava Jato Eleitoral’, estão depoimentos de delatores da Odebrecht, registros de pagamentos, e-mails e planilhas com codinomes relacionados à Marcos Monteiro (‘M&M’) e até mensagens trocadas por funcionários do doleiro Alvaro José Gallies Novis, que teria operacionalizado o pagamento de R$ 9,3 milhões em propinas a Sebastião Alves de Castro, o ‘senhor Eduardo Castro’.
O presidente estadual do PSDB-SP, Marco Vinholi, também reiterou, em nota, “sua confiança na idoneidade” de Alckmin”. “Em seus mais de 40 anos de vida pública, Alckmin manteve uma postura de retidão e respeito à lei sem jamais abrir mão dos princípios éticos e de seu compromisso em servir ao setor público e ao cidadão”, escreveu. A decisão da Justiça também colocou no banco dos réus o então tesoureiro da campanha de Alckmin em 2014, Marcos Monteiro, e o ex-assessor do governo Sebastião Eduardo Alves de Castro. Ambos teriam recebido os repasses ilegais da empreiteira em nome do tucano. O cunhado do ex-governador, Adhemar Ribeiro, o ‘Belém’ do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, teria recebido R$ 2 milhões em 2010, mas o Ministério Público apontou que os crimes já prescreveram.
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