Quinze anos depois de protagonizar um dos escândalos do governo Lula, o ex-secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, Sílvio Pereira, foi condenado a 4 anos e cinco meses de prisão por crime de corrupção passiva na Lava Jato. A decisão é do juiz Luiz Bonat, sucessor de Sergio Moro no comando da Lava Jato em Curitiba. Silvinho, como é conhecido, foi denunciado pelo Ministério Público Federal, em 2016, pelo recebimento de um veículo Land Rover da empreiteira GDK, então fornecedora da Petrobras. Segundo o MPF, o ex-petista gerenciava com o ex-ministro José Dirceu um sistema de escolha de apadrinhados políticos da legenda para cargos de livre indicação no governo federal.
Em depoimento ao então juiz Sergio Moro, em 2018, Silvio Pereira afirmou que devolveu o carro após a exposição do Mensalão. Na ação, ele também era acusado de lavagem de dinheiro por receber pagamentos da empreiteira OAS, mas essa parte da acusação foi rejeitada. Também foram condenados por corrupção o ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, e César Roberto Oliveira, sócio-administrador da GDK. O administrador da empreiteira, José Paulo Santos Reis, e o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, foram absolvidos. Segundo o procurador da República Felipe Camargo, o caso gerou prejuízos bilionários aos cofres públicos.
Silvio Pereira chegou a ser preso na Lava Jato em 2016, mas respondeu ao processo em liberdade. À Justiça, a defesa do ex-secretário-geral afirmou que “o automóvel era um presente sem qualquer relevância penal e também negou que tenha havido irregularidade na licitação”. Ainda cabe recurso contra a condenação.
*Com informações da repórter Letícia Santini
Nenhum comentário:
Postar um comentário