O arquiteto Tiago Maeda tinha seis meses de vida quando perdeu a audição por causa de uma alergia a um medicamento. Com o tempo, ele aprendeu a fazer a leitura orofacial, a partir do movimento dos lábios e das expressões faciais. Mas, com a chegada da pandemia do coronavírus ao Brasil, a comunicação foi prejudicada. O motivo? O uso das máscaras. Para tentar resolver essa dificuldade, Tiago procurou a Cynthia Sayuri, que confecciona máscaras, para encomendar uma personalizada, com transparência na parte da boca. Cynthia conta que ficou surpresa com o pedido porque não sabia do obstáculo que as máscaras convencionais criaram para pessoas com problemas auditivos.
De acordo com o infectologista Juvêncio Furtado, chefe do Departamento de Infectologia do Hospital Heliópolis, mesmo com as adaptações o modelo de proteção é efetivo. Sobre o assunto, a fonoaudióloga Cilmara Levy, da Santa Casa de São Paulo, também afirma que as máscaras com transparência facilitam a visualização da boca e dos movimentos labiais. No entanto, ela ressalta que as dificuldades de compreensão por meio dos sons e das expressões faciais permanecem. Para ela, o importante é que as pessoas se esforcem para ser solidárias com quem tem algum tipo de deficiência. E, acima de tudo, manter a ligação humana, que é a comunicação.
*Com informações da repórter Nicole Fusco
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