O presidente Michel Temer se despede nesta terça-feira (1°) da presidência da República, depois de ter ficado pouco mais de dois anos no cargo. Alvo de três denúncias apresentadas pela PGR, Procuradoria Geral da República, a última por corrupção passiva e lavagem de dinheiro,ele vai perder o chamado foro privilegiado, que garante aos políticos com mandato o direito de só serem julgados pelo STF, Supremo Tribunal Federal.
Na prática, Temer corre o risco, inclusive, de ser preso, caso sejam confirmadas as denúncias. Só a procuradora Raquel Dodge já pediu a abertura de mais cinco inquéritos contra o presidente – todos ramificações do inquérito dos Portos, que apura a existência de um esquema de corrupção no Porto de Santos que seria anterior à década de 1990 e que teria movimentado mais de 30 milhões de reais.
Temer ainda foi denunciado duas vezes pelo ex-procurador Rodrigo Janot com base na delação de executivos da JBS. Com o fim do foro, também deverá ter seguimento um outro inquérito contra o emedebista, investigação que apura o suposto repasse de 10 milhões de reais da Odebrecht para o grupo político do presidente.
Em meio aos problemas que terá que enfrentar, o futuro ex-presidente ainda vai lidar com a decisão do advogado criminalista Antônio Claudio Mariz que renunciou à defesa dele alegando incompatibilidade ética e moral. Mariz é advogado de testemunhas de acusação de Michel Temer.
Já em clima de despedida, o presidente ainda encontrou uma forma de beneficiar o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, que foi um ferrenho defensor do governo mesmo nos piores momentos. Marun foi indicado para o conselho de Itaipu Binacional e terá mandato até 2020. Como a lei das estatais proíbe indicação de ministro para o cargo, ele foi exonerado e logo depois indicado como conselheiro.
*com informações da Repórter Luciana Verdolin
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