O presidente em exercício do Brasil, Hamilton Mourão, disse que a estratégia de Bolsonaro de abrir um escritório de negócios do Brasil em Jerusalé, Israel, não tem relação com diplomacia. Ele minimizou o pedido de explicações, por parte das autoridades palestinas, ao embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben, após anúncio do presidente Jair Bolsonaro no fim de semana de que o País abrirá um escritório de negócios em Jerusalém.
“Eu não vejo também nada demais. É algo que não tem nada a ver com a diplomacia, podemos até considerar um passo intermediário naquela ideia inicial do presidente de mudar a embaixada”, ponderou.
A chamada do embaixador, diz Mourão, é para consulta. “Ele vai lá, bate um papo, e depois ele volta”, avaliou Mourão ao deixar o Palácio do Planalto. O presidente em exercício viaja nesta segunda para São Paulo para encontro com investidores. Em entrevista à agência Reuters, o embaixador palestino afirmou que a convocação ainda está sendo avaliada.
O presidente em exercício considera o pedido de explicações a Alzeben “um método diplomático”. “Vamos lembrar sempre que diplomacia não é o objetivo final, é a forma da gente se conduzir um relacionamento (…) E faz parte das pressões que vão ocorrer desde o momento em que foi tomada a decisão (da criação do escritório)”, declarou.
Mourão disse ter a “visão clara” de que não “teremos problemas” após os países árabes, que são fortes parceiros comerciais do Brasil, entenderem que a decisão de Bolsonaro não muda a visão diplomática do País.
“Tenho a visão clara de que uma vez que os países árabes, e os palestinos em particular, entendam o alcance dessa decisão, que não muda nossa visão diplomática em relação a coexistência pacífica de árabes, palestinos e israelenses naquela região, que desde 1947 o Brasil apoia, não teremos problema.”
*Com informações do Estadão Conteúdo
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