sexta-feira, 3 de julho de 2020

Dólar tem queda de 2,6% na semana e fecha o dia em R$ 5,31

O dólar teve dia de queda nesta sexta-feira (3) e fechou o dia cotado a R$ 5,3191. O resultado sacramentou um tombo de 2,60% ante o real nesta semana, a primeira de baixas após três seguidas de valorização.

O pregão teve volume de negócios bastante reduzido, por conta do feriado do Dia da Independência nos Estados Unidos, e foi marcado pela queda da moeda americana ante divisas fortes e alguns emergentes, como o México, após a divulgação de indicadores mostrando continuidade da recuperação da atividade, hoje na Europa e China.

Como observam os estrategistas de moedas do Rabobank, há um dilema permeando os negócios nos últimos dias: sinais de recuperação da atividade animam os investidores, na medida em que os negócios são reabertos e os governos continuam provendo estímulos monetários e fiscais. Ao mesmo tempo, este mesmo fator, ou seja, o abrandamento do distanciamento social, está ligado ao aumento de casos de Covid-19, que por sua vez pode prejudicar a recuperação da economia.

Neste ambiente, a sexta-feira foi marcada por cautela no exterior. Os EUA registraram mais 53 mil casos de coronavírus nas últimas 24 horas. “O ressurgimento de casos de covid ameaça tirar a recuperação da atividade dos trilhos”, escrevem os economistas do banco Wells Fargo.

Na avaliação do sócio e estrategista da Tag Investimentos, Dan Kawa, os ativos seguem respeitando as bandas recentes, “sem sinais de rompimento ou novas tendências”. Pelo feriado nos EUA, era esperado o dia de baixo giro. Ele ressalta que, nos últimos dias, segue-se observando uma piora no número de casos de Covid-19 em importantes cidades e estados dos EUA, como na Flórida e na Califórnia.

O Itaú Unibanco manteve a previsão para o dólar em R$ 5,75 no final de 2020 e R$ 4,50 ao final de 2021. “Ao longo deste ano, o fluxo de capitais para o Brasil deve ser negativo, por causa do risco fiscal ainda elevado, da contração acentuada da atividade econômica e do cenário de juros baixos”, ressaltou o banco no relatório de revisão do cenário, em que piorou as projeções fiscais para a economia brasileira.

Nos próximos meses, a avaliação do Itaú é que “à medida em que o choque externo se dissipa e a economia brasileira retoma o crescimento”, há espaço para apreciação do real em direção a um patamar mais consistente com os fundamentos da economia brasileira, que o banco destaca ser na casa dos R$ 4,25. Ao mesmo tempo, o Itaú alerta que há o risco de disparada do dólar, caso ocorra uma deterioração fiscal significativa que resulte numa saída mais forte de capitais do País, incluindo dos próprios brasileiros.

*Com Estadão Conteúdo

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