Indústria cobra “choque de energia barata” prometido pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, diante da discrepância em relação ao mercado internacional. No Congresso tramita o Projeto de Lei 6.407, de 2013, que institui o novo marco regulatório do gás natural no país. O presidente executivo da ABAL, Associação Brasileira do Alumínio, Milton Rego, salienta que a votação, prevista para agosto, não apenas irá beneficiar o setor produtivo, mas os consumidores domésticos no país. “Atualmente não há concorrência. A Petrobras detém o monopólio da produção e detém também o monopólio da distribuição até os estados. Por sua vez, dentro dos estados há o monopólio das distribuidoras, que não querem abrir mão dos seus privilégios. Prejudicando assim os consumidores e condenando o país ao atraso. A tarifa de gás hoje no Brasil é uma das maiores do mundo”, afirma.
A diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Associação Brasileira da Indústria Química, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, explica que a Petrobras tem o monopólio da produção e da distribuição, por meio de quatro gasodutos até os estados, e ressalta os reflexos do atual modelo tarifário na produtividade do setor. “A tarifa total cresceu muito no Brasil, enquanto nos Estados Unidos e na Europa esse mesmo custo foi reduzido. Atualmente, o Brasil está pagando duas vezes mais do que paga a indústria na Europa e, em média, três vezes mais o que paga o nosso competidor nos Estados Unidos. Então isso tem tirado a competitividade no setor e tem feito com que as plantas operem a baixa carga e nós estamos importando muitos produtos considerados estratégicos.”
O preço da molécula no Brasil gira em torno de US$ 14 por milhão de BTUs; contra sete na Europa e dois dólares nos Estados Unidos. A indústria do alumínio coloca que o gás representa atualmente, depois do custo da matéria-prima, o maior desembolso para as refinarias e recicladoras. A Confederação Nacional da Indústria, em estudo realizado em 2019, aponta que em uma projeção no custo europeu, metade do brasileiro, o faturamento das empresas consumidoras no país poderia crescer 40% até 2030.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
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