O Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta sexta-feira (3), o ex-governador e atual senador José Serra e sua filha, Verônica Allende Serra, sob a acusação de lavagem de dinheiro transnacional. Segundo a denúncia da força-tarefa Lava Jato de São Paulo, Serra usou seu cargo e sua influência política para receber, da Odebrecht, pagamentos indevidos em troca de benefícios relacionados às obras do Rodoanel Sul. Milhões de reais foram pagos pela empreiteira por meio de uma sofisticada rede de offshores no exterior.
As investigações, conduzidas em desdobramento da Lava Jato de SP, demonstraram que José Amaro Pinto Ramos e Verônica Serra constituíram empresas no exterior, ocultando seus nomes, e, por meio delas, receberam os pagamentos que a Odebrecht destinou ao então governador de São Paulo, em 2007. Neste contexto, realizaram numerosas transferências para dissimular a origem dos valores, e mantiveram uma conta de offshore controlada até o final de 2014, quando foram transferidos para outra conta de titularidade oculta, na Suíça.
Operação Revoada
Foi deflagrada, nesta sexta-feira, a Operação Revoada – paralelamente à denúncia de Serra – para aprofundar as investigações em relação a outros fatos relacionados ao mesmo esquema de lavagem de dinheiro. Oito mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em São Paulo (SP) e no Rio de Janeiro (RJ), autorizados pela Polícia Federal.
Até agora, a força-tarefa já detectou que, no esquema envolvendo Odebrecht e José Serra, podem ter sido lavados dezenas de milhões de reais ao longo dos últimos anos. Com as provas colhidas até o momento, o MPF obteve autorização na Justiça Federal para o bloqueio de cerca de R$ 40 milhoes em uma conta na Suíça.
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